Camboja. Hun Manet substitui o pai como primeiro-ministro

Agência Lusa , DCT
7 ago 2023, 07:02
Hun Manet (Associated Press)

Há mais de um ano que Hun Sen fala em passar o poder ao filho mais velho, que desempenhou um papel de liderança na campanha para as eleições legislativas de julho.

O rei do Camboja nomeou esta segunda-feira oficialmente Hun Manet como primeiro-ministro, para suceder ao pai, Hun Sen, que governou o país durante 38 anos.

O rei Norodom Sihamoni "nomeia Hun Manet como primeiro-ministro do reino do Camboja para a 7.ª legislatura do parlamento", de acordo com um decreto real.

Hun Manet e o Governo enfrentam agora a formalidade de obter um voto de confiança no parlamento, dominado pelo partido no poder, a 22 de agosto.

Poucos dias depois de uma vitória esmagadora nas controversas eleições legislativas de julho, Hun Sen, de 70 anos, anunciou que se demitia do cargo de primeiro-ministro em favor do filho, de 45 anos.

Hun Manet, um general de quatro estrelas, recebeu formação no Reino Unido e na academia militar norte-americana de West Point, liderando o exército cambojano desde 2018.

Hun Sen insistiu que esta sucessão dinástica, comparável ao regime norte-coreano, se destina a manter a paz e a evitar "derramamento de sangue" em caso de morte no cargo.

Há mais de um ano que Hun Sen fala em passar o poder ao filho mais velho, que desempenhou um papel de liderança na campanha para as eleições legislativas de julho.

Mas Hun Sen deixou claro que tenciona exercer influência mesmo depois de sair, excluindo qualquer mudança de direção.

A partir de agora, vai exercer as funções de presidente do Senado, o número dois em termos de protocolo, depois do rei. Sempre que o rei se ausenta do país, cabe ao presidente do Senado assumir o cargo de chefe de Estado.

Com Hun Sen, o Camboja tem efetuado uma aproximação significativa à China.

O antigo Khmer Vermelho, que chegou ao poder em 1985, tem sido acusado de retroceder nas liberdades fundamentais e de ter utilizado o sistema judicial para silenciar opositores, dezenas dos quais foram presos ao longo dos últimos 38 anos de mandato.

Em março, o líder da oposição, Kem Sokha, foi condenado a 27 anos de cadeia e colocado em prisão domiciliária por traição.

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