Temperaturas elevadas são difíceis de suportar por tudo e por todos. Saiba como manter os seus animais frescos e em segurança e quais os sintomas a que deve estar atento por causa dos golpes de calor
Sombra e água fresca são dois dos principais conselhos para que o seu animal passe melhor os dias de calor que se fazem sentir em Portugal. O país está em situação de contingência até sexta-feira e o dia mais quente deve ser quinta-feira, com o termómetro a poder chegar aos 48 graus em Coruche, Santarém.
Em declarações à CNN Portugal, o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, diz que dois dos principais cuidados a ter com os animais, sejam eles domésticos ou de produção (animais rurais), é que estes "tenham sombra e água disponíveis".
"A água deve estar sempre disponível, à sombra, para que não fique quente e refresque o animal", adianta.
Segundo o especialista, os grandes animais, que se encontram em meios rurais, estão "mais habituados a estes ambientes e conseguem aguentar-se várias horas" com altas temperaturas, mas é importante assegurar que têm "sempre sombra e água fresca".
Já com os animais de companhia esse cuidado é "mais fácil, porque estão dentro de casa" e, por isso, em locais onde será mais fácil manterem-se frescos, junto do ar condicionado ou de ventoinhas, e perto de água que não esteja quente.
Por sua vez, Florbela Chaves e Maria do Céu Sampaio, da Liga Portuguesa pelos Direitos dos Animais, explicam à CNN Portugal que a sombra pode ser conseguida com "um abrigo, casota, alpendre, que os proteja, com sombra, em locais frescos".
Quanto aos animais rurais, lembram, os locais onde estes se encontram devem estar sempre limpos e livres de vegetação seca e, em caso de incêndio, a zona à volta destes animais deve ser molhada. A retirada dos animais para locais mais protegidos deve ser providenciada atempadamente.
Para além destes cuidados, importa ainda ter em conta outros conselhos que envolvem os passeios na rua, idas à praia, as tosquias, os passeios de carro e os parasitas.
Passeios na rua, sim, mas com cuidados
No caso dos passeios na rua, estes devem ser feitos nas horas de menor calor, ou seja, logo de manhã bem cedo ou ao final do dia. Caso o animal precise de ir à rua durante o dia, o passeio deve ser curto e deve ser feito "sem cansar".
Os cães braquicefálicos (raças como Pug, Bulldog francês, Shar Pei, entre outros), conhecidos por terem focinhos achatados, são animais que têm mais dificuldade na respiração e uma exposição ao calor "é mais violenta para este tipo de raças". É ainda recomendado molhar o animal caso este seja exposto ao sol para refrescar (por exemplo, no jardim).
À CNN Portugal, a Liga Portuguesa pelos Direitos dos Animais lembra ainda que "as almofadas plantares dos animais escaldam com o calor do pavimento" e que por isso os passeios devem ser feitos por zonas com sombra, e que os "animais de pelagem leve e fina, tal como nós, podem apanhar queimaduras solares graves".
Já os passeios à praia são desaconselhados pelas elevadas temperaturas, uma vez que nem sempre é possível manter o animal na sombra.
Outro conselho para refrescar os animais é manter a tosquia em dia.
Atenção ao calor nas viaturas
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, deixa ainda o alerta que os passeios com os animais dentro do carro só devem ser feitos com ar condicionado ligado, ou em horas de pouco calor e com as janelas da viatura abertas, sempre com o cinto de segurança do animal colocado. O mesmo se aplica para varandas fechadas viradas ao sol.
Segundo o especialista, os passeios no carro podem ser fatais para os animais, uma vez que as pessoas têm tendência em deixá-los dentro da viatura para ir ao supermercado ou ao multibanco por uns minutos.
"Esse instantinho pode ser fatal para o animal, uma vez que o carro atinge temperaturas elevadas rapidamente, e o animal sofre um golpe de calor. Não é fácil recuperar um cão que sofreu um golpe de calor. É uma situação de extrema urgência", alerta.
Florbela Chaves e Maria do Céu Sampaio, da Liga Portuguesa pelos Direitos dos Animais, lembram que os animais podem sofrer de golpes de calor ou insolação muito rapidamente, "quando expostos a elevadas temperaturas ou espaços com fraca ventilação", e que há sintomas a que os donos devem estar atentos, como arfar sem parar, estado de ansiedade, estado de apatia, ou falha a responder a comandos.
O bastonário lembra ainda que o verão é uma época propícia a pulgas e carraças e que, por isso, os animais devem ter as vacinas em dia, assim como devem fazer uma desparatização interna e externa.