Frechaut «sem rancor» do Marítimo

27 mar 2001, 14:06

Boavisteiro quer vencer e não vingar a eliminação O médio boavisteiro não nega a intenção óbvia de vencer na Madeira, mas dissocia-a de uma tentativa de vingança pela eliminação da Taça de Portugal aos pés do Marítimo. Está refeito do final de um sonho, mas tem outro para alimentar, à custa de vitórias e boas exibições.

Frechaut já se conformou com o atrevimento do Marítimo, que lhe negou o sonho de erguer a Taça num final de tarde de Verão, justamente a meio de um jogo em que regressava à bancada, depois de ter sido titular nos dois encontros anteriores. «Já estamos de fora, não há nada a fazer». Estava refeito e já não sentia o sangue fervilhar, ao ponto de negar a preparação da desforra na viagem à Madeira, agora para o campeonato. 

«Não há rancor nem sentimento de vingança», garantiu Frechaut, enquanto repetia o mecânico encolher de ombros. Tudo quanto queria resumia-se na intenção de «fazer um bom jogo e ganhar» no Funchal, desmentindo a vulnerabilidade da equipa, que «não se deixou abalar» pela eliminação da Taça. 

À primeira abordagem, reconhece a dificuldade do jogo da Madeira, passando ao lado do clima de tensão gerado pelas declarações de Jaime Pacheco, logo depois de consumada a eliminação aos pés do Marítimo, e pelas quais o próprio treinador se retractou dias depois. Não detecta, contudo, problema que o Boavista não tenha já resolvido em situações anteriores e mais ou menos semelhantes, quando lhe lembram que é em casa que o adversário se revela mais forte. «Já fomos buscar pontos fora com equipas que não tinham perdido com os grandes», recorda. 

Depois do regresso à bancada, a suceder a dois jogos de utilização na condição de titular, Frechaut crê ter «cumprido» com o que lhe foi pedido e diz-se «pronto a corresponder». A entrada e saída súbitas na equipa não lhe merecem estudo excessivo. Quando muito, uma explicação plausível, inevitavelmente acompanhada por um sorriso: «Quando entrei, estava bem, como julgo estar ainda. Quando saí, talvez quem me substituiu também estivesse a atravessar um bom momento. O treinador tem esse direito e a capacidade de distinguir o que é melhor para a equipa».

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