Bloco alerta para os perigos das maiorias absolutas e promete oposição exigente a Costa

Agência Lusa , HCL
1 fev 2022, 19:35
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe em audiência no Palácio de Belém uma delegação do Bloco de Esquerda

À saída de uma audiência com Marcelo, Catarina Martins diz que as maiorias absolutas "não deixam boas memórias"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, alerta esta terça-feira para os perigos das maiorias absolutas, que não deixaram “boas memórias” e “são permeáveis ao poder económico”, prometendo uma oposição “construtiva e exigente” ao futuro Governo do PS.

O Partido Socialista teve uma maioria absoluta e, portanto, o que transmitimos ao senhor Presidente da República é que o Partido Socialista deve formar Governo. O Bloco de Esquerda estará na oposição de uma forma construtiva e exigente e com o programa que nos conhecem e o mandato com que fomos eleitos, nomeadamente nas questões do trabalho, da saúde e do clima”, disse aos jornalistas à saída da audiência de uma hora com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

A coordenadora do BE reiterou que as maiorias absolutas não deixaram “boas memórias no país até hoje”, inclusivamente a última, que também foi do PS, no Governo então liderado por José Sócrates.

Sabemos dos perigos da maioria absoluta, sabemos como as maiorias absolutas são permeáveis ao poder económico e, portanto, cá estaremos no papel exigente que o BE sempre teve e que não deixará de ter para defender o nosso país”, comprometeu-se.

Para Catarina Martins, “há um trabalho muito exigente de oposição” – “reforçadamente exigente”, acrescentou - para “garantir que o interesse público é respeitado, para proteger o país da predação das elites económicas” que têm ficado com os recursos dos portugueses.

“Essa responsabilidade é acrescida e toda a gente sabe no país que o Bloco de Esquerda é incansável sobre essa matéria”, afirmou.

Na análise da líder do BE, "o Presidente da República terá seguramente responsabilidades institucionais que existem no sistema português, que é um sistema em que tem esse equilíbrio de poderes".

"Uma maioria absoluta é uma maioria absoluta. Nós estaremos no parlamento a fazer o nosso trabalho como é normal e é assim que cumpriremos o nosso mandato", reiterou.

Sobre as prioridades para este mandato, Catarina Martins diz que será "lutar pelo país".

"E é por isso que cá estamos. O nosso mandato é claro, lutaremos pelo salário, pelas condições de trabalho, para salvar o SNS e garantir cuidados de saúde a toda a população e no país", assegurou, garantindo ainda que os bloquistas não darão "tréguas ao discurso de ódio".

A líder do BE registou ainda "tem existido uma enorme convergência nomeadamente nas matérias do trabalho e da saúde com o PCP".

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