"Que credibilidade pode ter?" Boaventura de Sousa Santos apela à demissão de Catarina Martins

1 fev 2022, 10:42
Catarina Martins admite "mau resultado" e reconhece "derrota" do Bloco

Perante os fracos resultados do Bloco de Esquerda nas eleições, o sociólogo diz que a coordenadora não tem condições para continuar a liderar o partido e pede-lhe que se demita

O sociólogo Boaventura de Sousa Santos pediu, na sua crónica no jornal Público, que Catarina Martins se demita da liderança do Bloco de Esquerda, dizendo que, depois do fracasso nas eleições legislativas, a dirigente não tem credibilidade para continuar.

"A dirigente bloquista passou a primeira metade da campanha a justificar a decisão da rejeição do Orçamento e a segunda metade a parecer querer pedir desculpa por tê-lo feito. Que credibilidade pode ter tal dirigente?", escreve o sociólogo.

Em entrevista à TSF, Boaventura de Sousa Santos pede mesmo uma nova liderança para o partido que perdeu 14 deputados na noite de domingo, acrescentando que sempre votou no Bloco de Esquerda e que, por isso, considera que a coordenadora do Bloco não tem condições políticas para se manter no cargo.

Para o sociólogo, Catarina Martins não pode seguir a "lógica do Titanic: continuar à frente do barco mesmo que ele se afunde" e, por isso, a demissão "era o caminho que deveria fazer, perante resultados muito maus".

Boaventura de Sousa Santos diz ainda que, tal como o PCP, também o Bloco de Esquerda deve fazer um "sério e profundo reexame" internamente até porque, como escreve na sua crónica, o partido não percebeu os sinais dos que votam nele.

Por isso, espera que Catarina Martins não mantenha uma "posição muito rígida como se nada tivesse acontecido", já que "os políticos também se enganam, porque são humanos" e que depois do resultado de domingo e do discurso "patético", a coordenadora abandone o cargo.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento. O Bloco de Esquerda ficou em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

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