Prepotência e invenções: Academia de São Pedro do Sul responde ao Benfica

12 fev 2023, 21:42
Equipa feminina de andebol do Benfica (SL Benfica)

Clube encarnado acusou dirigente do emblema sampedrense

A Academia de São Pedro do Sul reagiu às acusações do Benfica sobre o sucedido no jogo entre as duas equipas, na cidade beirã.

Em comunicado, os encarnados denunciaram «insultos, intimidações físicas e agressões» a diversos elementos. O Benfica acrescentou que «face ao comportamento inqualificável do diretor de campo da Academia Andebol São Pedro do Sul e à prepotência e inoperância do delegado ao jogo, o Sport Lisboa e Benfica irá tomar as devidas diligências desportivas e criminais junto das entidades competentes, relativamente a estes dois elementos».

Em declarações ao Jornal do Centro, o dirigente da Academia de São Pedro do Sul, Carlos Pires, rejeitou todas as acusações e refere que tudo começou quando uma jogadora do Benfica foi desqualificada.

«A equipa técnica do Benfica numa grande falta de ética e respeito pela suas próprias atletas, tentou trocar a atleta que tinha sido desqualificada tentando ludibriar a equipa de arbitragem. Foi inacreditável», disse, contando que nessa altura uma dirigente do Benfica foi também desqualificada.

No relato àquele jornal, Carlos Pires argumentou que no andebol quem é desqualificado não pode intervir sobre o terreno de jogo. «A treinadora não pode falar ou intervir como se continuasse no banco. Foi alertada várias vezes para não continuar com esse tipo de comportamento. Gerou-se um burburinho porque tentaram estar de pé e estavam à frente de outras pessoas que lhes pediram para se sentar. Criou-se uma confusão desnecessária. Em momento algum aconteceu algum tipo de agressão e intimidação. Houve certamente troca de palavras, mas provocada pelos elementos do Benfica.»

O dirigente da Academia de São Pedro do Sul fala ainda de um «comportamento prepotente» do lado encarnado «tratando com menoridade os outros agentes», inclusive dentro do terreno de jogo. Quanto ao facto de o Benfica poder tomar diligências perante entidades desportivas e judiciais assumiu-se tranquilo, que todos testemunharam o que ocorreu e que o «resto são invenções». 

Entretanto, a Academia de São Pedro do Sul emitiu um comunicado na sua página de Facebook.

«A direção da Associação Desportiva Academia de Andebol de São Pedro do Sul vem, por este meio, repor a verdade dos acontecimentos verificados durante o jogo da 13ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão feminina, Academia-SL Benfica, disputado no dia 11 de fevereiro de 2023, no pavilhão municipal de São Pedro do Sul.

Confrontados com o conteúdo do comunicado emitido pelo Sport Lisboa e Benfica na sua página oficial e largamente difundido nos órgãos de comunicação social e redes sociais, apraz-nos dizer o seguinte:

1. O jogo decorreu dentro dos pressupostos legais exigidos para a realização do mesmo e homologados pela Federação de Andebol de Portugal;

2. A equipa do SL Benfica chegou ao recinto de jogo sem qualquer constrangimento, tendo-lhe sido atribuído um dos 6 balneários disponíveis no recinto, que ocuparam sem qualquer contratempo;

3. A equipa do SL Benfica realizou o seu aquecimento ao jogo sem qualquer restrição;

4. As equipas perfilaram para o início do jogo sob a bandeira da campanha “o Assédio não tem lugar no Desporto: DENUNCIA”;

5. O jogo iniciou-se e decorreu durante a primeira parte sem qualquer incidência que não a protagonizada pelas equipas presentes ao jogo, até à desqualificação da atleta número oito do SL Benfica, momento, no qual:

a. se assistiu à tentativa da equipa técnica do SL Benfica de enganar a dupla de arbitragem, tentando fazer passar outra atleta pela verdadeiramente desqualificada, numa atitude de falta de respeito por todos os intervenientes, mas sobretudo de falta de respeito pelas atletas envolvidos do próprio clube e de falta de respeito pela instituição que representam;

b. a atleta desqualificada sentou-se junto de elementos do SL Benfica, nas bancadas por trás do banco de suplentes da equipa;

6. Durante o intervalo as equipas estiveram recolhidas nos balneários sem qualquer acontecimento;

7. A segunda parte iniciou-se e decorreu naturalmente sem qualquer tipo de agressão ou intimidação por parte do público sampedrense ou elementos do clube da casa;

8. Durante a segunda parte foram diversos os comportamentos de incitamento ao ódio e os insultos proferidos pelo treinador do SL Benfica, constituindo-se ele como um elemento desestabilizador e provocador de todos os presentes, ações pelas quais será alvo da correspondente queixa junto das autoridades competentes;

9. Perante o conjunto de comportamentos e atitudes do banco do SL Benfica sucedeu-se a desqualificação de um dos seus oficiais que foi ocupar um lugar na bancada junto da atleta desqualificada na primeira parte:

a. Esta oficial continuou, desta feita na bancada, a manifestar um comportamento provocatório e prepotente;

b. Ambas ficaram colocadas na primeira fila, da bancada central do pavilhão, junto de autoridades locais, autoridades nacionais, patrocinadores e pais de atletas;

c. Numa falta de respeito para com os presentes e de desprezo pelas indicações do delegado e do diretor de campo, a oficial desqualificada manteve-se a comunicar com o banco do SL Benfica, dando instruções às atletas, situação não permitida pelas regras da modalidade;

d. Por diversas vezes lhes foi pedido para não se manterem de pé (estavam na primeira fila) por pessoas sentadas na bancada atrás delas, pedido ao qual a referida oficial reagiu com arrogância e falta de educação, originando uma troca de insultos que foi ainda mais acicatada pelo treinador do SL Benfica que não se inibiu de insultar e provocar a bancada;

10. Durante a segunda parte e numa interrupção de jogo para assistência a uma atleta, o treinador do SL Benfica entrou dentro de campo para abordar uma atleta da Academia, numa tentativa de a assediar e condicionar para o resto do jogo, reiterando comportamentos já tidos no jogo da primeira volta e, em função dos quais, iremos agir junto das autoridades competentes;

11. No final do jogo o treinador do SL Benfica foi identificado pelas autoridades, em virtude de ameaças proferidas a um elemento da equipa técnica da Academia, pelas quais será alvo da queixa correspondente;

12. Após o jogo as atletas do SL Benfica saíram do pavilhão normalmente, sem qualquer condicionamento ou ameaça, situação comprovada pelas inúmeras fotos tiradas pelas atletas da formação da Academia dos escalões de minis, sub14 e sub16 com as atletas do SL Benfica, no exterior do pavilhão, atletas que pela sua qualidade constituem referências a muitas das nossas jovens e que não mereciam o clima instigado por alguns membros do SL Benfica;

13. Lamentamos que com o comunicado produzido pelo SL Benfica se assista a uma tentativa de encobrir e limpar os comportamentos negativos tidos por alguns elementos da sua equipa técnica;

14. Parabéns às atletas do SL Benfica e da Academia e à dupla de arbitragem pelo espetáculo desportivo produzido e ao público presente no apoio às equipas e pelo controlo demonstrado perante todas as atitudes provocatórias de que foram alvo.

A Academia continuará a lutar pela verdade e a promover o desporto e a nossa região.

São Pedro do Sul sabe receber e os sampedrenses não se revêm em comportamentos de insulto, agressão, assédio, incitamento ao ódio e de perturbação da ordem pública.

A Direção»

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