Vertonghen: «Dier queria que eu fosse para o Sporting. Disse-lhe que não»

16 out 2023, 12:07
Vertonghen (Benfica)

Central belga lembra ainda a ligação com Jorge Jesus

O futebolista belga Jan Vertonghen lembrou, nos últimos dias, a chegada ao Benfica com mais um novo detalhe: uma conversa com o ex-Sporting e antigo colega no Tottenham, Eric Dier, que o aconselhou sobre a vida em Portugal com a dica para ir para os leões, numa altura em que tinha contactos dos encarnados, em 2020.

«Lembro-me que estava nos barcos, nos canais em Amesterdão e recebi uma chamada do meu agente, ele disse-me: “O Benfica quer falar contigo”. Eu pensei: “Tudo bem, é um grande clube, com uma grande história”. Pesquisei na internet, vi em que posição tinham terminado na época anterior, fiz uma pesquisa mais aprofundada. Como é óbvio, conhecia alguns dos jogadores. Um dos meus grandes amigos, o Eric Dier, jogou no Sporting. Liguei-lhe, perguntei-lhe o que ele achava da Liga portuguesa, qual era o estilo de vida. Ele deu-me uma resposta muito positiva. Ele queria que eu fosse para o Sporting (risos) e eu disse-lhe que isso não ia acontecer», referiu Vertonghen, em declarações no podcast Final Cut, publicado na noite de domingo.

O central, atualmente nos belgas do Anderlecht, falou ainda da relação com Jorge Jesus, que «nunca» teve um treinador como o português, frisando o «respeito» pelo atual técnico do Al Hilal, com quem a «barreira linguística» foi uma dificuldade.

«Em toda a minha vida nunca tive um treinador como ele. Uau. Eu estou habituado a treinadores neerlandeses, que são muito disciplinados. O Pochettino era disciplinado. Ele era incrível, tentaram explicar-me isso quando cheguei. Os meus colegas tentaram explicar no balneário, mas ele era simplesmente diferente de qualquer outro treinador. Tive algumas dificuldades com ele, também, porque ele só falava português, eu não falava português e podemos ter um treinador ou um assistente, mas queria falar com ele cara a cara a um nível mais pessoal e não podia explicar-lhe as minhas ideias e o que sentia», começou por dizer.

«Foi estranho, porque ele era muito duro e direto. Gosto disso, mas às vezes achei difícil, especialmente porque não sabia como ele era. Todos os meus colegas diziam para eu o largar da mão, que estava tudo bem, que ele era mesmo assim. É um grande treinador. Tinha tantas perguntas que não conseguia fazer e depois ele saiu. O meu português já estava razoável naquela altura e entrei no edifício e esbarrámos um no outro e aí falei com ele pela primeira vez alguns minutos e foi uma conversa tão reconfortante. Sem ser profunda, ele disse-me algumas coisas muito boas e pensei que devíamos ter tido aquela conversa antes. Respeito-o muito, para ser justo é um treinador muito bom, mas a barreira linguística não facilitou», concluiu Vertonghen, que já tinha revelado que chegou a pensar ir para o Estoril, quando estava de saída do Benfica.

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