Administrador da SAD do Benfica defende que o empréstimo obrigacionista lançado pela sociedade encarnada foi um «sucesso», mas lembra a necessidade que o clube tem de vender para fazer face às despesas
O administrador da SAD do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, defendeu esta segunda-feira que o empréstimo obrigacionista lançado pela sociedade encarnada foi um «sucesso».
Numa sessão especial que decorreu na Euronext, em Lisboa, Soares de Oliveira destacou a forte procura, que ultrapassou em 2,4 vezes os 50 milhões de euros disponíveis.
«Esta é uma emissão que é um sucesso. Das 14 emissões que fizemos, nunca encontrei um valor tão alto [ao nível da procura, acima dos 121 milhões de euros]. Em 2020, a procura máxima chegou aos 70 milhões de euros», afirmou, aos jornalistas.
«Temos muito mais dinheiro e muito mais investidores, o que é importante para nós e para o mercado», destacando que houve 6048 investidores a participarem na oferta, contra os 4743 subscritores de média nos anos anteriores.
Domingos Soares de Oliveira citou o treinador do Benfica, Roger Schmidt, para alertar que as águias se sente «zero por cento» campeãs, apesar de reconhecer que todos os títulos, «nacionais ou internacionais, valorizam a marca».
Sobre a abordagem do Benfica ao próximo mercado de transferências, Soares de Oliveira lembrou que o emblema da Luz é um clube vendedor, mas que o caminho é fazê-lo sem pressão.
«Não olhem para este valor como ‘agora o Benfica vai ter capacidade de não vender’, ou agora ‘o Benfica vai ter capacidade para investir mais’. Fazemos uma gestão do nosso endividamento em função de um conjunto de necessidades que ultrapassa muito aquilo que é o maior ou menor investimento.»
«O Benfica tem necessidade de vender jogadores todos os anos, o total de receitas que temos, sem a venda de jogadores, não é suficiente para os custos todos que temos. Por várias razões: somos um clube que investe bastante e se queremos pagar salários aos atletas ao nível europeu temos de ter capacidade para concorrer com os que estão lá fora. Isso significa que as fontes de receita têm de ser acrescidas com mais qualquer coisa e esse qualquer coisa, não é de agora, e a capacidade de vendermos atletas. O que queremos fazer é evitar que isso seja uma necessidade imperiosa, aquilo que já aconteceu no passado. Em 2022/23 não vendemos ninguém relevante no período de verão. O que queremos fazer em cada momento é não ter a pressão de ter de ir ao mercado por uma necessidade de tesouraria. É isso que tem acontecido e que vai acontecer no futuro», concluiu.