Benfica é suspeito de ter pago mais de um milhão de euros a um conjunto de empresas
As contas do ex-árbitro Bruno Paixão e de vários jogadores suspeitos de corrupção desportiva por ligações ao Benfica vão ser analisadas, depois de os extratos bancários terem chegado recentemente ao processo. No caso de Paixão, recorde-se, as suspeitas foram reveladas pela TVI há um ano – na sequência de pagamentos feitos ao então árbitro, em 2015, por uma empresa considerada o “saco azul” do Benfica.
O Benfica é suspeito de ter pago mais de um milhão de euros a um conjunto de empresas de José Santos Bernardes, amigo do então diretor financeiro do clube da Luz, Miguel Moreira. A investigação acredita que 90 por cento desse valor foi depois convertido em numerário e entregue a Miguel Moreira.
Já o árbitro Bruno Paixão, terá sido pago com parte do dinheiro que ficou nas empresas, encoberto por pagamento de falsas prestações de serviços informáticos. A PJ e o Ministério Público acreditam estar perante subornos do Benfica ao árbitro que, durante anos, acumulou polémicas em jogos das águias, no campo e depois já como vídeo-árbitro.
Bruno Paixão justificou-se em fevereiro do ano passado, confrontado com a notícia da TVI, afirmando tratar-se, tudo, de uma coincidência. Esclareceu que colaborou efetivamente com uma empresa de José Bernardes, na implementação de um sistema de controlo de qualidade.
Na agenda desse empresário a PJ encontrou anotações que indiciam vários pagamentos a Bruno Paixão: “bp 12.800 e 13.300 euros”. E “ligar bruno p. 908,83 e 3206,16”.
Bruno Paixão constava como trabalhador de uma das empresas, com contrato de trabalho iniciado e cessado no mesmo dia, a 1 de junho de 2015. Observado o balancete, foram feitos pagamentos em dezembro desse ano no valor de 8856 euros à empresa do antigo árbitro.
Há um ano, o Benfica esclarecia que tanto o clube como os advogados não tinha sido confrontados pela investigação do processo “saco azul” com o nome de Bruno Paixão por suspeitas de corrupção desportiva. Não foram porque esses factos já estavam apensados ao megaprocesso, onde a TVI agora os descobriu.