Os primeiros pontapés de José Augusto

24 nov 2000, 18:50

Taça de Portugal - Barreirense

É uma das velhas glórias do futebol português. Foi no Barreirense que José Augusto deu os primeiros chutos numa bola de futebol e desenhou os primeiros contornos de uma carreira promissora num dos grandes, o Benfica.  

Ainda jovem, trocou o basquetebol da colectividade pelo futebol e foi este o desporto que escolheu para a vida inteira. «Houve um momento inesquecível e marcante para a minha vida. Aos 14 anos fui campeão nacional distrital pelos infantis do Barreirense», afirma, recordando uma conquista que foi decisiva no seu gosto pela competição. 

Não esconde a emoção quando fala da sua contribuição na construção da primeira sede do Barreirense. «Quando tinha 15, 16 anos trabalhava nas oficinas da CP e saía para ir ajudar à construção, colaborando como servente», conta.  

Uma altura que não consegue esquecer e que marcou a sua vida pela positiva. Tempos em que o jogador considera que «havia mais solidariedade» e em que o futebol não era caracterizado pelo actual «dirigismo que não respeita deveres e direitos». 

Perto dos 20 anos, José Augusto largou o trabalho e dedicou-se em exclusivo ao futebol. Foi chamado para a selecção nacional e deu nas vistas. Não tardou que a equipa da Luz o fosse buscar ao clube onde se formou, mas ressalva, «o dinheiro para mim nunca contou».  

«Era um verdadeiro orgulho jogar num clube com a história do Benfica. Tinha a minha carta (passe) na mão e dei-a ao Barreirense para que melhorasse as suas condições económicas. Os 450 contos da transferência ficaram para o clube», recorda. 

Já no Benfica, jogou ao lado de Eusébio e somou títulos: oito campeonatos nacionais, três Taças de Portugal, dois campeonatos da Europa de Clubes e cinco presenças na final dos Campeões Europeus. 

Uma carreira recheada de sucesso, que culminou na sua passagem a treinador principal dos encarnados na época de 71/72 e a seleccionador nacional de todas categorias no ano seguinte. Hoje, aos 63 anos, mantém o «bichinho» do clubismo e dirige a colectividade «Os franceses», num edifício lado a lado com o estádio do Barreirense. 

Patrocinados