Padre casa mulher com morto para receber herança em Barcelona

TVI , AL
28 jun 2023, 11:16
Supremo tribunal de Barcelona (Oscar Gonzalez/NurPhoto via Getty Images)

Investigação mostrou que não existem fotografias nem copo d'água ou lua-de-mel que comprovem o casamento.

O Supremo Tribunal de Barcelona confirmou esta segunda-feira a condenação de um antigo padre que tentou simular um casamento para conseguir que uma mulher recebesse uma herança avaliada em meio milhão de euros. David Vargas, o ex-pároco que foi entretanto expulso do sacerdócio, acabou condenado a três anos de prisão pelo crime de falsificação de documentos. 

No centro deste caso está a simulação de um casamento levada a cabo por David Vargas para tentar ajudar uma mulher octogenária da sua paróquia cujo companheiro morreu em 2008. Como este não deixou testamento, nem descendentes diretos, a herança do falecido acabou nas mãos de dois sobrinhos.

Meses após a sua morte, a companheira do falecido combinou com David Vargas fingir que se tinham casado em julho de 2008, nove meses antes da sua morte. Para isso, o antigo pároco preencheu à mão o processo de casamento, no qual se fazia passar pela identidade do morto (e chegou a falsificar a assinatura).

O assunto acabou nos tribunais. Primeiro, o Tribunal Superior de Barcelona atestou que não existiu qualquer casamento, apesar de ter recebido declarações testemunhais, nomeadamente a filha da 'noiva' (sua sucessora na herança), que afirmou ter assistido à cerimónia, segundo o El Pais. Agora, foi a vez do Supremo confirmar a sentença.

De acordo com a investigação, que sustenta o acórdão conhecido esta segunda-feira, não existem fotografias do casamento, nem houve copo d'água ou lua de mel. Tão-pouco foi comunicada a decisão ao Registo Civil.  "Todos estes dados, de forma inequívoca e concordante, levam-nos a afirmar que o casamento não foi celebrado e que a prova testemunhal não é admissível", reitera a decisão do Supremo, citado pela Cadena SER

A octogenária já morreu e David Vargas foi expulso do sacerdócio em 2013 e esteve envolvido em outras burlas, tendo, nomeadamente, defraudado paroquianas idosas em mais de 3,5 milhões de euros, para que estas transferissem a gestão dos seus bens para ele. E chegou mesmo a vender uma relíquia falsa de um santo a uma ordem religiosa.

 

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