À atenção de quem carrega o telemóvel no carro: cuidado ou ainda fica com a viatura parada (um guia para não estragar nada)

29 jan 2023, 09:00
Homem com telemóvel e tablet ao volante

O que deve saber para cuidar da bateria do seu telefone mas também para que o carro nunca pare

É um comportamento adotado por muitas pessoas diariamente, sendo que há muito se fala sobre as suas possíveis contrapartidas. No entanto, apesar de a questão já não ser nova, ainda é difícil responder com um simples e conclusivo “sim” ou “não”. 

Para a ACP (Automóvel Club de Portugal), há algumas considerações a ter em conta relativamente à bateria do telemóvel, independentemente de estarmos a falar de um carregamento via automóvel de último modelo com carregadores por USB e/ou indução (wireless) ou num carro mais antigo, por meio do carregamento por isqueiro.

Segundo a instituição, em causa podem estar os chamados ciclos de vida de carga da bateria, ou seja, a quantidade de vezes que a bateria de um telemóvel pode ser recarregada até se começar a degradar, já que este número é finito por padrão.

Algo potencialmente perigoso para o carregamento de baterias diz respeito à temperatura, mas esta, diz o ACP, pode ser uma falsa questão. É verdade que a temperatura influencia a velocidade e o tempo de carregamento de uma bateria de telemóvel. No caso de uma bateria de iões de lítio, esta não deve ser carregada fora do intervalo entre os -10º e os 40º centígrados. Contudo, a instituição ressalva que “todos os carros possuem, neste momento, climatização”.

Ainda assim, o ACP alerta que, caso a bateria do telemóvel apresente uma temperatura acima do normal, o utilizador não deverá ligar o carregador, já que tal poderá provocar uma sobrecarga ou até mesmo, “no limite, ‘explodir’ a bateria do telemóvel”.

Por outro lado, outro aspeto a ter igualmente em consideração diz respeito ao carregamento com cabos não originais, já que isto poderá “estrangular” a capacidade de carga da bateria. Isto, por sua vez, pode levar a carregamentos parciais, reduzindo assim o tempo de vida útil da bateria. Por fim, o ACP alerta também que, se deixar o telemóvel ligado ao isqueiro do carro a carregar mas com o motor desligado, corre o risco de descarregar a bateria da viatura e de não a conseguir ligar de novo.

A ineficiência do carregamento sem fios - e o impacto na bateria do carro

No caso dos carros com a opção de carregamento do telemóvel sem fios, esta pode representar uma solução mais cómoda - no entanto não é livre de nuances. No carregamento sem fios, é necessária uma maior quantidade de energia para carregar por completo o telemóvel, gerando-se assim uma maior temperatura e desgastando mais a bateria do carro.

Segundo dados da OneZero e da iFixit, o carregamento wireless é menos eficiente que o carregamento por cabo e, embora esta solução poupe o desgaste das entradas de carregamento do telemóvel, parte da energia transferida perde-se no processo sob a forma de calor. Em média, o carregamento sem fios exige 47% mais energia face ao carregamento tradicional, sendo que esta discrepância aumenta consideravelmente caso o telemóvel não esteja devidamente alinhado.

Segundo o estudo, uma diferença de milímetros na posição do smartphone pode ser o suficiente para este nem carregar de todo via wireless. Nos casos onde é possível o carregamento, ainda que o equipamento esteja desalinhado com a base, o consumo de energia pode ser superior em até 80%.

Adicionalmente, as bases de carregamento testadas no estudo registaram um pequeno mas contínuo consumo de energia quando não se encontravam a carregar qualquer equipamento. O estudo ressalva que este consumo em particular pode ser negligenciado mas, ao longo de varias horas, pode representar um encargo mais significativo.

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