07:22, Auckland: dois mortos, dez feridos, um atacante que estava em prisão domiciliária - o que se passou

20 jul 2023, 11:35

NOVA ZELÂNDIA Aconteceu antes Campeonato do Mundo de Futebol Feminino. Autoridades garantem que o ataque não teve motivações ideológicas

Duas pessoas morreram e pelo menos outras dez ficaram feridas depois de um tiroteio no centro de Auckland, Nova Zelândia, horas antes do arranque do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino. O atirador acabaria por morrer também, em circunstâncias que ainda não foram clarificadas. Ou seja, não é certo se acabou abatido pela polícia ou se se suicidou. O ataque não teve motivações políticas ou ideológicas, garantiu o primeiro-ministro neozelandês. Entre os feridos estão pelo menos dois polícias. O incidente aconteceu às 07:22 locais (20:52 em Lisboa), quando a polícia recebeu vários alertas de disparos a partir do terceiro piso de um edifício na parte baixa da Queen Street. As duas vítimas mortais seriam colegas de trabalho do atirador.

O atacante estava em prisão domiciliária por ter pontapeado e tentado estrangular uma mulher. Tinha autorização para trabalhar no estaleiro onde decorreu o tiroteio, explicou a polícia. As autoridades concretizaram que o indivíduo era conhecido por ter um historial de violência familiar, bem como problemas de saúde mental, mas não havia sinais de que representasse um risco desta natureza. O atirador era Matu Tangi Matua Reid, de 24 anos. Morreu depois de se isolar no poço de um elevador no local.

O tiroteio aconteceu poucas horas antes do arranque do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, num jogo entre a Nova Zelândia e a Noruega, que o país anfitrião acabou por vencer por 1-0. As jogadoras que se encontravam em hotéis perto do local foram descrevendo o que se estava a passar. As autoridades garantiram logo que o torneio iria seguir como planeado, uma vez que a “ameaça” tinha sido “neutralizada”, nas palavras do primeiro-ministro, Chris Hipkins, que explicou que ele próprio estaria presente no momento do arranque. Ainda assim, a organização responsável pelas zonas de adeptos chegou a admitiu que tinha de esperar por mais indicações para poder abrir portas. O episódio foi assinalado com um momento de silêncio em homenagem às vítimas.

Trabalhadores da construção protegeram-se no topo do edifício (AP Photo)

O atirador estava armado com uma espingarda automática para a qual não tinha licença – algo que será alvo de investigação. Segundo as autoridades, o homem foi disparando enquanto se deslocava pelo edifício em construção. Ao chegar aos pisos mais altos, acabou por se isolar na zona do elevador. Já em ação, a polícia protagonizou uma troca de tiros com o atirador. Foi encontrado pouco tempo depois, já sem vida. O edifício tem 21 andares e funcionará como hotel e escritórios de empresas.

A polícia garantiu rapidamente que era seguro a população voltar ao centro da cidade. Foi também prometido um reforço policial para os próximos dias. O nível de ameaça nacional não foi alterado. A polícia está a ouvir testemunhas no local. Pelo menos 70 pessoas já foram ouvidas. O cordão de segurança está agora restrito ao edifício onde os disparos aconteceram.

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