O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou uma greve na CP, durante todo o mês de abril, reivindicando aumentos nos salários e melhoria das condições de trabalho para os maquinistas
As várias greves que afetam a operação da CP levaram à supressão, entre as 00:00 e as 12:00 de segunda-feira, de 91 comboios de um total de 559 previstos, segundo informação enviada pela transportadora ferroviária.
Assim, neste período, circularam 468 composições, de acordo com os mesmos dados. No longo curso, de um total de 31 comboios, dois foram suprimidos, enquanto no serviço regional não se realizaram 39 comboios de 135 programados.
Nos urbanos de Lisboa, de 270 comboios estimados foram suprimidos 36, e no Porto de 108 previstos não circularam 10. Nos urbanos de Coimbra foram suprimidos quatro comboios em 15 previstos.
O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou uma greve na CP, durante todo o mês de abril, face à "atitude autista e de desconsideração" de que acusa a empresa.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão "aumentos salariais efetivos" e a "valorização da carreira da tração" e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.
Ainda reclamada é uma "humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede", um "efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes" e o "reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo".
Esta paralisação, que não tem qualquer dia de paragem total, ainda assim está a causar perturbações, incidindo sobre períodos de trabalho superiores a 07:30 ou trabalho suplementar.
Greves Infraestruturas de Portugal
Por outro lado, vários sindicatos deram início em 28 de março a novas greves no setor ferroviário, que abrangem a Infraestruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do mês, incluindo um dia de 24 horas, na próxima quinta-feira.
Segundo um comunicado de uma plataforma de sindicatos, com representatividade na CP e na IP, entre o passado dia 28 de março e terça-feira haverá greve na IP das 00:00 às 02:00 e até 30 de abril os sindicatos cumprem greve na IP e na CP a partir da oitava hora de serviço.
Além disso, até final do mês, "na CP, os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço" e, entre 10 e 30 de abril, na IP, "os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço".
No dia 6 de abril, a greve será de 24 horas.
Sindicatos ASCEF
Os sindicatos que compõem esta plataforma são a ASCEF - Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; SINFB - Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; SINFA - Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins; FENTECOP - Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Publicas; SIOFA - Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; ASSIFECO - Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e STF - Serviços Técnicos Ferroviários.
Segundo os sindicatos, "no dia 06 de abril, caso não sejam decretados serviços mínimos, não se prevê a realização de comboios em Portugal".
"A responsabilidade do impacto, quer financeiro, quer seja social, que advenha destas formas de luta será da total responsabilidade do Governo que ao não negociar com os sindicatos desconsidera os trabalhadores da IP e da CP e desrespeita os cidadãos portugueses que diariamente utilizam o transporte ferroviário", lamentam.