Laranjas a 2,5 € ou batatas a 1,2€ são apenas dois dos preços de produtos alimentares que estão a ser praticados, depois de um aumento de quase 20% na alimentação desde o início da guerra. É o episódio de As Pessoas Não São Números desta semana.
“A subida recente dos custos dos combustíveis já anulou a descida que aconteceu com o IVA zero”, dizem vários comerciantes nesta reportagem no Mercado de Campo de Ourique, bairro de classe média e alta em Lisboa onde se verificou um aumento de moradores estrangeiros -e isso vê-se na clientela.
O episódio desta semana da rubrica As Pessoas Não São Números analisa as estatísticas oficiais do Eurostat que permitem comparar o “antes e depois” da guerra, isto é, os dados dos preços em Portugal de fevereiro de 2022 e os de agosto de 2023, os últimos disponíveis. E depois ouve os comerciantes, para perceber o impacto real destes efeitos.
Nos últimos 18 meses, a inflação em Portugal foi de 13,2%, acima da inflação de 12,1% na Zona Euro. Mas a inflação dos produtos alimentares foi bem superior: 19,4% em Portugal.
Os aumentos dos preços são diferenciados, dos vegetais (+31,2% em 18 meses) à carne (+21,1%) e ao peixe (+8,8%), passando pelo azeite (+49%), arroz (+33%) ou açúcar (+61%). Mas certo está demonstrado que a inflação dos produtos alimentares afeta sobretudo as classes de rendimentos mais baixos, uma vez que os seus titulares tendem a gastar maior percentagem do seu rendimento mensal em alimentos.
Veja o episódio na íntegra no vídeo no topo.
PNSN #T2E2, “Preços da alimentação dispararam desde a guerra” – fontes de informação
Estas são as fontes de informação consultadas no episódio de 26 de setembro de 2023 de “As Pessoas Não São Números”:
Inflação, inflação dos produtos alimentares e comparação de preços por produto, entre fevereiro de 2022 e agosto de 2023: fonte Eurostat.
Aumentos dos preços dos alimentos afectam mais os agregados com rendimentos mais baixos. Fonte: Banco de Portugal.
Joga-se 4 milhões de euros por dia em raspadinhas – estudo “Quem Paga a Raspadinha”, estudo da Universidade do Minho para o Conselho Económico e Social (CES), citado pela Lusa.
Propostas da CIP para um pacto social: 15.º mês livre de impostos.
Emissões líquidas os certificados de aforro atingiram 258,3 milhões de euros em agosto, o valor mais baixo em 14 meses.
Ficha técnica do episódio
Autoria: Pedro Santos Guerreiro, António Prata e Vitor Costa
Imagem: Nuno Assunção
Edição: Pedro Guedes
Canção no episódio:
“Dia de S. Receber”, Xutos e Pontapés, do álbum “Dizer Não de Vez” (1992), Universal Music Portugal
Agradecimentos: Mercado de Campo de Ourique