O atual líder do PS saudou todos os anteriores secretários-gerais do PS, “de Mário Soares a António José Seguro”, e realçou mudanças operadas por todos os governos socialistas, incluindo os de José Sócrates
O secretário-geral socialista considerou esta quarta-feira que o PS deve celebrar os seus 50 anos de existência com os olhos no futuro, advertindo que há sempre uma guerra pela frente e que os populismos são uma ameaça.
António Costa falava no final do jantar comemorativo dos 50 anos do PS, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, num discurso em que começou por destacar os primeiros anos da democracia portuguesa e a luta então travada pelos socialistas portugueses pela liberdade política e pela liberdade sindical.
“Portugal é do povo não é de Moscovo”, declarou o atual líder socialista, recordando uma das palavras de ordem do PS em 1975, durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC).
O atual líder do PS saudou todos os anteriores secretários-gerais do PS, “de Mário Soares a António José Seguro”, e realçou mudanças operadas por todos os governos socialistas, incluindo os de José Sócrates.
De todos os anteriores líderes, António Costa tinha a ouvi-lo Vítor Constâncio e Ferro Rodrigues, de quem foi, aliás, membro das suas direções no PS.
Ao longo de mais de 20 minutos, o atual secretário-geral do PS reivindicou para o seu partido mudanças na sociedade portuguesa como a permissão do divórcio para casamentos católicos, a autonomia do Ministério Público no sistema de justiça, a criação do Serviço Nacional de Saúde com António Arnaut ou a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia com Mário Soares.
“Mas não estamos aqui a celebrar os 50 anos que já passaram. Estamos aqui a recordar os 50 anos que passaram, mas, sobretudo, para alargarmos o nosso horizonte, com os olhos postos no futuro, para não termos de estar para o chão”, disse, aqui citando o líder histórico dos socialistas espanhóis, Felipe González.
Segundo o primeiro-ministro português, as comemorações dos 50 anos do PS “devem abrir novas perspetivas no horizonte, na ambição, na esperança, na convicção”.
“Há uma certeza que podemos ter: Hoje a guerra pode ser outra, hoje temos de ter uma nova trincheira, mas vamos ter sempre uma guerra pela frente a travar”, sustentou.
O líder dos socialistas assinalou que, no presente, “já não há uma ditadura que persegue” como nos tempos da fundação do seu partido, “mas há um populismo que ameaça a democracia e que se impõe combater”.
“Foram eliminadas muitas desigualdades que existiam, mas as transições climáticas e digital criam novos riscos de desigualdade. E temos de dizer a todos: Não vamos deixar ninguém para trás”, apontou logo a seguir.