"Hoje é o dia mais grave", "precisamos de mais cuidado do que nunca". Os avisos de Costa para uma quinta-feira muito quente

14 jul 2022, 10:09

Primeiro-ministro diz que prolongamento do estado de contingência até à meia-noite de domingo deverá ser aprovado pelas autoridades, dado o quadro metereológico no continente

António Costa esteve presente, esta quinta-feira, no briefing do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, onde assistiu à explicação das condições metereológicas para os próximos dias pelo presidente do Instituto, Jorge Miguel Miranda, e, no final, deixou avisos aos portugueses.

"As previsões meteorológicas apontam para que hoje tenhamos o dia mais grave do ponto de vista do aumento das temperaturas, com crescimento do vento de leste e baixos níveis de humidade. Hoje é o dia em que precisamos de mais cuidado do que nunca para evitar que haja novas ocorrências – e quarta-feira já foi um dia muito duro, com mais de 200 ocorrências de fogos rurais, dos quais sete transitaram para hoje. Este quadro meteorológico vai-se manter até ao fim de semana e, por isso, vamos ponderar a necessidade de prolongar o estado de contigência para a meia-noite de domingo, pelo menos", afirmou o primeiro-ministro.

Costa lembrou que hoje as temperaturas deverão ser superiores a 45 graus, mas que na próxima semana também se manterão elevadas e que, por isso, a situação irá ser reavaliada a seu tempo.

"Hoje as autoridades vão tomar a decisão, e vai ser tomada de certeza, de prolongar até às 24:00 de domingo. Vamos ver, em função da evolução meteorológica, se será necessário prolongar para lá de domingo", assegurou o primeiro-ministro, voltando a lembrar que, de acordo com as previsões do IPMA, "hoje é mesmo o dia em que vai existir maior severidade".

Severidade essa que, segundo o instituto, se vai manter "de forma prolongada" e que vai deixar o país acima dos 30 graus na próxima semana, mesmo com as melhorias que são esperadas, sendo por isso necessário manter os "cuidados de forma prolongada".

"Vamos sair do estado de contingência mas não podemos deixar de ter o estado de preocupação”, lembrou, acrescentando que é preciso pensar no "desgaste cada vez maior dos bombeiros e em todos os outros agentes da Proteção Civil.

"Mais cuidados"

Questionado sobre as queixas e críticas sobre a falta de meios, o primeiro-ministro disse que a resposta "não são mais meios", "são mais cuidados", acrescentando que os meios existem, mas que “têm de ser geridos de acordo com a gravidade das situações”.

"Mais do que nunca, somos nós que devemos ter extremo cuidado", lembrou Costa, acrescentando que "de um pequeno descuido pode nascer uma grande tragédia".

O primeiro-ministro lembrou ainda que os recursos “não são só limitados em Portugal mas à escala europeia”, explicando que os dois aviões Canadair emprestados por Espanha já tiveram de regressar para combater fogos naquele país, tendo ficado em território nacional dois Canadair italianos, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Protecção Civil.

Costa lembrou ainda que é o Comando Operacional da Proteção Civil que tem de ter a "capacidade de, em função das situações de cada momento, ir alocando meios” para os locais em que estes são necessários.

 

 

Agravamento de penas para incendiários?

Costa foi ainda questionado sobre os incêndios com origem de mão criminosa e se será necessário agravar as penas para os que comentem este crime.

Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro lembrou que "quer a GNR, quer a PSP têm desenvolvido uma capacidade técnica de deteção da origem dos incêndios que têm permitido ao longo dos últimos anos deter um elevado número de incendiários" e lembrou o novo mecanismo, criado após Pedrógão Grande, que dá a "a possibilidade aos tribunais de emitirem medidas de contenção domiciliária preventiva a pessoas que foram detidas por incendiarismo, ou são propensas de incendiarismo, de forma a garantir que ficam em casa e que são rastreadas".

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