"O programa eleitoral diz que o Livre está aberto a estudar a energia nuclear"

27 jan 2022, 18:00
António Costa

No Debate das Rádios, António Costa classificou como “linha vermelha inultrapassável” para um entendimento do PS com o Livre “a possibilidade de estudar o recurso à energia nuclear como uma solução para a transição energética” defendida pelo programa eleitoral do Livre. O fundador deste partido contrapôs: “Não é verdade”. Costa retorquiu: “Rui Tavares, está lá escrito que o Livre está aberto a estudar e considerar a solução da energia nuclear.”

Está?

Vamos aos factos. No programa eleitoral do Livre, pode ler-se no capítulo dedicado à Emergência Climática e Energia: “Seguir atentamente o desenvolvimento de novas tecnologias de produção de energia nuclear (como os small modular reactors, ou a fusão nuclear), que poderão contribuir para a descarbonização, assim como dar resposta ao crescente consumo energético.”

No debate, Rui Tavares clarificou: “O Livre é contra a construção de centrais nucleares em Portugal”, o que defende é que se deve “seguir atentamente o desenvolvimento de novas tecnologias nucleares” - entre as quais a fusão nuclear, que, no seu entender, poderá ser “inteiramente segura” dentro de alguns anos, no âmbito do projeto europeu ITER (Reator Experimental Termonuclear Internacional, em português). Este projeto visa demonstrar a viabilidade científica e técnica da fusão como nova fonte de energia e, tal como Tavares apontou, tem financiamento europeu, que foi renovado em fevereiro do ano passado pelo Conselho da União Europeia (então presidido por Portugal).

 

Conclusão: Verdadeiro. O Livre está aberto a estudar a energia nuclear, não com centrais, mas com progressos científicos mais seguros.

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