«Vamos continuar a ser malucos porque somos mais felizes assim»

15 mar 2021, 16:47

Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol, aponta às medalhas nos Jogos Olímpicos e lembra Alfredo Quintana após o apuramento histórico para Tóqui. «Este plus de energia que tivemos para fazer esta competição veio dele»

As primeiras palavras do selecionador nacional de andebol à chegada a Portugal foram dirigidas à família de Alfredo Quintana.

«Foi uma longa viagem nestas últimas três semanas pelas razões que vocês conhecem. Deixo aqui um beijinho para a Raquel e a Alícia, esposa e filha do Quintana. Este plus de energia que tivemos para fazer esta competição veio dele. Nós sozinhos provavelmente não conseguiríamos. Mas estou orgulhosíssimo do meu staff e destes jogadores com este carácter fantástico», disse Paulo Jorge Pereira aos jornalistas presentes no Aeroporto Humberto Delgado um dia após o apuramento histórico de Portugal para os Jogos Olímpicos.

Agora, o céu é o limite e é sem receios que se aponta às medalhas. «Para fazermos alguma coisa interessante temos de confiar e fazer com que o potencial que temos seja uma garantia de podermos estabelecer um objetivo ambicioso. O respeito por esse potencial é que fez com que nós sempre ambicionássemos objetivos difíceis de alcançar. Os Jogos Olímpicos? Vamos tentar uma medalha. É uma coisa louca, sim, mas vamos continuar a ser malucos porque somos mais felizes assim», disse, recordando depois aqueles momentos de «loucura» no final do jogo com França, resolvido com um golo de Rui Silva.

«Quando estamos no jogo, estamos muito centrados nas coisas. Só olhei para o marcador e vi que havia sete segundos. Havia tempo para ele marcar golo e eu sabia que ele ia marcar e que era impossível falhar. Depois, aqueles segundos finais foram um pouco de ver o que ia acontecer.»

Depois das presenças no Europeu e no Mundial, seguem-se os Jogos Olímpicos. Mais uma prova do patamar superior que o andebol português atingiu. Para Paulo Jorge Pereira, há que trabalhar para que o nível se mantenha elevado. «Neste momento já combatemos com qualquer seleção, esteja ela no nível em que estiver. A partir do momento em que estamos a competir com as melhores seleções do mundo, já estamos lá. O meu receio é quanto tempo vamos conseguir manter este nível e o que temos de fazer para o manter. E centrarmo-nos também no processo e trabalhar em vários domínios para que este nível se mantenha», concluiu.

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