Americano detido ao cruzar fronteira na Coreia do Norte: é um soldado, avança a CNN

18 jul 2023, 14:53
Parada militar em Pyongyang, 9 de fevereiro de 2023. Foto: KCNA via AP

Comando das Nações Unidas diz estar a encetar esforços junto do exército norte-coreano, no sentido de "resolver" este episódio. Ex-especialista da CIA descarta que tenha sido "um acidente"

Um cidadão norte-americano está sob custódia na Coreia do Norte, após cruzar a fronteira durante uma excursão, informou o Comando das Nações Unidas na Coreia. O homem é um soldado do exército norte-americano, avança a CNN Internacional citando as autoridades norte-americanas.

O homem foi detido na Área de Segurança Conjunta, ou seja, a zona desmilitarizada entre as duas Coreias, também conhecida como “aldeia das tréguas”. O americano cruzou a linha de demarcação militar.

O Comando das Nações Unidas na Coreia explica que o homem estava uma excursão orientada na Área de Segurança Conjunta, tendo cruzado a fronteira norte-coreana “sem autorização”. A crença é de que está agora “sob custódia”, com negociações em curso com o exército norte-coreano para “resolver este incidente”, lê-se na publicação.

Na Área de Segurança Conjunta são comuns as excursões abertas ao público, organizadas pelo Comando das Nações Unidas. A área desmilitarizada é uma das mais fortificadas fronteiras do mundo, com quilómetros de arame farpado, minas terrestres e soldados das duas Coreias.

Há soldados norte-americanos nesta área, porque eles integram precisamente o Comando das Nações Unidas.Atuam desarmados desde 2018, depois de um acordo entre as duas Coreias. Nenhum está autorizado a ultrapassar a linha de demarcação militar.

Sue Mi Terry, antiga analista da agência de inteligência americana CIA para a Coreia do Norte, diz à CNN Internacional que esta situação terá sido intencional. “Isto, de certeza absoluta, não foi um acidente”, afirmou, destacando o forte dispositivo de segurança na área.

Trump cruzou esta fronteira em 2019

Embora exista um conjunto de pontos de segurança para chegar a esta área, cruzar a Linha de Demarcação Militar, que é a fronteira efetiva entre as duas Coreias, não requer que se passe qualquer barreira física. Há apenas uma pequena linha com relevo no chão, explica a CNN.

É só mesmo questão de dar um passo em frente, como fez o ex-presidente norte-americano Donald Trump quando, em junho de 2019, se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Durante as excursões, os participantes são mantidos a cerca de um metro desta demarcação. Numa das visitas feitas pela CNN Internacional a esta área, no ano passado, eram visíveis soldados do lado sul-coreano, mas não no lado norte-coreano.

A perspectiva de um cidadão dos EUA estar sob custódia militar norte-coreana ocorre num momento de tensão na diplomacia entre os dois países. Sob o comando de Kim Jong Un, a Coreia do Norte tem intensificado os testes de mísseis balísticos intercontinentais.

Trump e o líder norte-coreano em 2019 (Reuters)

 

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