Sistema, amovível, funcionará mediante alerta da Proteção Civil Municipal quando existir previsão de cheias, demorando cerca de 10 minutos a ser colocado
A baixa de Algés, no concelho de Oeiras, vai dispor de um sistema de contenção e encaminhamento de águas pluviais, para prevenir eventuais riscos de cheias, divulgou esta sexta-feira a Câmara Municipal.
O sistema, com uma extensão de 120 metros, representa um investimento da Câmara Municipal de Oeiras, do distrito de Lisboa, de cerca de 50 mil euros e consiste na criação de uma barreira que pretende impedir a água de chegar às zonas mais críticas.
Segundo explicou à agência Lusa fonte da Câmara de Oeiras o sistema, amovível, funcionará mediante alerta da Proteção Civil Municipal quando existir previsão de cheias, demorando cerca de 10 minutos a ser colocado.
A criação deste sistema está integrada no Plano de Prevenção e Mitigação de Cheias, desenvolvido em junho pela Câmara de Oeiras para a baixa de Algés e que prevê, igualmente, a colocação de comportas nos estabelecimentos comerciais em maior risco, a limpeza de ribeiras e a instalação de sensores de alerta para inundações.
Este plano prevê também o desenvolvimento de um estudo, em articulação com o SIMAS de Oeiras e Amadora, para que seja desenvolvida uma estação elevatória com sistema automático de bombagem a instalar na Rua Major Afonso Pala para escoamento das águas pluviais para a Ribeira de Algés.
Pretende-se também fazer um levantamento exaustivo de munícipes em situação de vulnerabilidade e que habitem nas zonas de Algés sujeita a cheias.
O município de Oeiras, de acordo com a fonte oficial camarária, já gastou 4,5 milhões de euros devido às cheias, quando o Governo, no conjunto dos prejuízos, decidiu contribuir com 1,250 milhões de euros.
Além deste valor, a câmara já apoiou com perto de um milhão de euros os comerciantes afetados pelo mau tempo.
Em fevereiro, por ocasião da entrega dos primeiros apoios municipais a comerciantes locais afetados pelas cheias de dezembro de 2022, Isaltino Morais informou que a câmara tinha estado reunida com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que finalmente se iria “avançar com a regularização da ribeira” de Algés, com a duplicação de dois troços do curso de água.
A câmara estimou prejuízos de 9,7 milhões de euros em infraestruturas municipais (muros, estradas, via pública), 5,2 milhões nas atividades económicas, 3,7 milhões em equipamentos municipais, e 500 mil euros no Centro de Saúde de Algés.
Vários distritos do continente, em particular Lisboa, foram afetados por chuvas fortes no mês de dezembro, com grandes inundações, dezenas de desalojados e prejuízos de milhões de euros.
Em janeiro, o Governo anunciou que o mau tempo registado entre o final de 2022 e o início de 2023 causou prejuízos de 293 milhões de euros no território continental, ascendendo o volume de apoios a conceder a cerca de 185 milhões de euros.
Em Algés foi registada uma morte.