Conservadores vencem eleições regionais na Alemanha e extrema-direita em alta

Agência Lusa , PP
8 out 2023, 22:46
Olaf Scholz (EPA via LUSA)

Os partidos da coligação atualmente no poder sofreram pesadas derrotas, sobretudo os socialistas do SPD, do chanceler alemão Olaf Scholz

Os conservadores alemães (CSU/CDU) venceram hoje as eleições na Baviera e Hesse, sem maioria absoluta, enquanto o partido de extrema-direita AfD obteve fortes ganhos em ambos os estados e os partidos do governo sofreram um forte desaire.

De acordo com resultados provisórios cerca das 23:00 locais, que já não devem sofrer grandes alterações, na Baviera, cuja capital é Munique, a União Social-Cristã (CSU) venceu com 36,6%, um triunfo claro, mas ainda assim o seu pior resultado em mais de 70 anos (-0,6 pontos percentuais do que nas anteriores eleições de 2018), e deverá voltar em coligação com o partido populista Eleitores Livres (FW, na sigla em alemão, para ‘Freie Wähler’), que subiu para os 15,1% (+3,5%).

No Hesse, estado que alberga o centro financeiro do país, Frankfurt, a União Democrata-Cristã (CDU) conseguiu uma vitória bem mais convincente do que em 2018, ao alcançar os 34,5% (mais 7,5%), e deverá governar em coligação, pela terceira legislatura consecutiva, com os Verdes, apesar de este partido ter recuado 5 pontos face a 2018, ao quedar-se pelos 14,8%.

Um dos grandes vitoriosos da noite é o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que cresce mais de 5 pontos em ambos os estados - onde os conservadores já haviam rejeitado qualquer possibilidade de aliança com esta força de extrema-direita -, passando a ser a segunda força política no Hesse e, muito provavelmente, na Baviera.

No Hesse, o AfD deve atingir os 18,4%, mais 5,3 pontos do que há cinco anos, e na Baviera alcança, de acordo com os resultados ainda provisórios, 15,9%, o que lhe dará o segundo lugar, à frente do FW e dos Verdes.

Os partidos da coligação atualmente no poder sofreram pesadas derrotas, sobretudo os socialistas do SPD, do chanceler alemão Olaf Scholz, mas também os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), tendo este último ‘desaparecido’ mesmo de ambos os parlamentos regionais.

Na Baviera, o SPD queda-se pelos 7,9%, abaixo dos 9,7% de há cinco anos, os Verdes recuam para os 14,9% (face aos 17,6% das anteriores eleições), enquanto o FDP fica fora do parlamento regional, ao não atingir o limiar de 5% para eleger deputados, ficando-se pelos 2,9%.

No Hesse, onde tinha mesmo ambições de pôr fim à hegemonia da CDU, os socialistas do SPD obtiveram apenas 15,1% dos votos, contra 19,8% de há cinco anos, atrás dos Verdes (14,8%), enquanto o FDP só durante a madrugada deverá saber se consegue ter representação parlamentar, pois os resultados provisórios atribuem-lhe precisamente 5% (tinha obtido 7,5% em 2018).

As eleições de hoje eram consideradas um verdadeiro teste para ‘medir o pulso’ à realidade política alemã, num contexto de subida da extrema-direita e de impopularidade do Governo de coligação de centro-esquerda, já que os dois Estados que foram a votos representam, no seu conjunto, e praticamente um quarto da população da Alemanha e mais de um quarto da produção económica alemã.

Europa

Mais Europa

Patrocinados