Comissão do novo aeroporto admite reavaliar projeto de Santarém

ECO - Parceiro CNN Portugal , André Veríssimo
18 jan, 15:37
TAP (imagem Getty)

Os responsáveis pelo projeto do aeroporto em Santarém estão em conversações com a Força Aérea e a NAV para tentar viabilizar a proposta. Comissão Técnica Independente admite reavaliar "chumbo"

Das quatro novas localizações para o reforço da capacidade aeroportuária em Lisboa, duas foram chumbadas pela Comissão Técnica Independente (CTI): o Montijo e Santarém. Os promotores deste último estão a tentar resolver com a Força Aérea e a NAV os constrangimentos apontados. A coordenadora da CTI admitiu esta quinta-feira reavaliar o projeto.

O principal entrave ao projeto Magellan 500 é o conflito do espaço aéreo com a Base Aérea de Monte Real, como voltou a frisar Rosário Partidário, coordenador da CTI. “A Base Aérea de Monte Real é uma base NATO e uma das infraestrutura mais importantes da Força Aérea, que tem exigências muito complicadas por causa dos aviões F16″, afirmou em declarações transmitidas pela RTP3, após uma sessão de esclarecimento em Santarém.

“A Força Aérea disse que era absolutamente estratégico e não podiam prescindir. Quando nos aparece em relação a Santarém outra vez um constrangimento que é provocado pelo desenho das pistas e a forma como o layout aeroportuário, só podemos ter a mesma reação”, acrescentou. Constrangimentos que limitam o número de movimentos, “que é demasiado baixo para poder constituir um hub internacional”.

Os promotores do Magellan 500 estão em conversações com a Força Aérea e a NAV, responsável pela gestão do tráfego aéreo, para encontrar soluções que permitam aumentar o número de voos em Santarém. Rosário Partidário afirmou que “vai esperar pelas conclusões” do diálogo e admitiu reavaliar. “Pode haver alterações das circunstâncias, de diversas formas. Se isso acontecer, vamos ver o que nos vão apresentar”.

A coordenadora da CTI disse esperar que o próximo Governo aproveite o trabalho desenvolvido pela Avaliação Ambiental Estratégica. “Fizemos um trabalho como nunca tinha sido feito. Avaliámos todas as opções possíveis. Qualquer que venha a ser o decisor, desperdiçar este trabalho é estar a desperdiçar dinheiros públicos”, apontou, acrescentando que será o decisor a fazer “a sua interpretação dos resultados”.

O relatório final está em consulta pública até 26 de janeiro. Segundo a coordenadora da CTI, não está ainda fechado se será divulgado antes das eleições ou só posteriormente. Carlos Mineiro Aires, presidente da Comissão de Acompanhamento, apelou a que o tema do novo aeroporto e o relatório não sejam usados como arma de arremesso político.

O relatório preliminar, apresentado no início de dezembro, recomenda uma solução dual para o novo aeroporto de Lisboa, com a construção de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e a manutenção do Humberto Delgado (AHD), até poder ser desativado. Já o Montijo e Santarém foram considerados inviáveis. O primeiro, pela incapacidade de expansão para lá de uma pista, por razões aeronáuticas e ambientais. O segundo devido ao conflito com o tráfego aéreo militar de Monte Real.

Economia

Mais Economia

Patrocinados