Ryan Giggs: o adeus do último resistente da classe de 92

20 mai 2014, 10:24
Ryan Giggs

Após 24 temporadas e com 40 anos, o extremo deixará finalmente de correr pela asa esquerda



Ryan Giggs era isto. Um galês a correr até cair para o lado, ao longo da asa esquerda. O golo ao Arsenal em 1999 ficou gravado na memória de milhões de adeptos de futebol por esse mundo fora. Fazer aquilo no prolongamento e decidir uma meia-final da Taça de Inglaterra estaria ao alcance de poucos. Giggs era um deles.

Nesta segunda-feira, o extremo oficializou o seu adeus aos relvados. O futuro passa a tempo inteiro pelo banco do Manchester United, como adjunto de Louis Van Gaal.

«Fico imensamento orgulhoso e honrado por ter representado o maior clube do mundo por 963 vezes, além do País de Gales por 64. Fico triste porque nunca mais vestirei a camisa do clube como jogador, mas fui sortudo o bastante para ter realizado meu sonho e atuar ao lado de alguns dos melhores jogadores da história, além de trabalhar com grandes treinadores, como Sir Alex Ferguson, e jogar para os melhores adeptos do mundo.»


A caminho dos 41 anos, no final da 24ª temporada na equipa principal do Manchester United, Ryan Giggs diz basta. É o adeus do último resistente da famosa classe de 92 [Beckham, Scholes, os irmãos Neville, Nicky Butt e Ryan Giggs].



Giggs terminou a época com um dos jogadores mais velhos nos principais campeonatos mundiais. Fê-lo na mesma altura que Javier Zanetti, outro exemplo de longevidade. Os mesmos 40 anos no Bilhete de Identidade.

O extremo galês, porém, superou o argentino na ligação ao mesmo clube. Enquanto Zanetti chegou ao Inter de Milão em 1995, Ryan Giggs está nos ‘red devils’ desde 1986.

Em 1990, o esquerdino chegou à equipa principal do Manchester United e partiu para 24 temporadas ao mais alto nível. Paolo Maldini atingiu um registo semelhante no AC Milan, antes de se retirar em 2009. Totti terminou a 22ª temporada na AS Roma, tem 37 anos e contrato até 2016. Do outro lado do oceano, Rogério Ceni – com 40 anos e 22 épocas no Sãp Paulo – apresenta mais um currículo impressionante.



Ryan Giggs foi conquistou o principal título inglês por treze vezes e o Europeu por duas. No total, 34 troféus para o seu museu particular.

«Gostaria de enviar enormes agradecimentos a todos os funcionários e auxiliares com quem trabalhei ao longo dos anos. Eu nunca teria alcançado o sucesso que tiver sem a sua contínua dedicação e compromisso em criar o melhor ambiente possível para os jogadores. Eu nunca teria conquistado 34 troféus na minha carreira sem vocês. Também gostaria de agradecer a todos os meus amigos e à minha família pelo amor e pelo apoio.»



Este é o momento de viragem. Com a saída de David Moyes, Giggs tornou-se o primeiro jogador-treinador a exercer as duas funções no clube desde Clarence Hildicth, em 1927

Frente ao Hull City, o galês colocou-se a si próprio em campo, para a despedida de Old Trafford. No final, um discurso emocionante, virado para o futuro do Manchester United.



Os adeptos continuarão a ver Ryan Giggs. Perdem a esperança de mais uma corrida, um drible na asa esquerda que nunca deixou de ser sua. Agora, estará ao lado de Louis Van Gaal, procurando recolocar o Manchester United no trilho das vitórias.

«Para mim, hoje inicia-se um novo caminho com muitas emoções: imenso orgulho, tristeza, mas, mais do que tudo, alegria pelo futuro. Espero que os adeptos compartilhem a minha visão de acreditar que este clube, o novo técnico e os donos estão a fazer tudo o que podem para recolocar esse clube no lugar a que ele pertence, e quero estar lá para ajudar. Para os maiores fãs do futebol mundial, muito obrigado. Eu amei cada minuto jogado por vocês, a representar o maior e melhor clube do mundo.»

Até à próxima temporada.



 

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