Segundo o presidente do operador ucraniano "as forças de ocupação (russas) não se preocupam com a segurança na central nuclear de Zaporizhzhia"
A Ucrânia afirmou este sábado que duas linhas de energia que ligam a sua rede eléctria à central nuclear de Zaporizhzhia foram cortadas durante a noite, colocando a central em risco de "acidente", segundo avança a AFP.
A central tem estado no centro dos combates desde que foi capturada pelas forças russas no ano passado, e ambas as partes acusaram-se mutuamente de comprometer a sua segurança.
"Devido ao apagão total, a central nuclear passou a alimentar as suas necessidades com 20 geradores a gasóleo", declarou o operador de energia nuclear da Ucrânia num comunicado.
A central esteve "à beira de um acidente nuclear e de radiação" antes de os especialistas ucranianos terem conseguido restabelecer rapidamente a energia eléctrica fora do local.
O incidente marca a oitava vez que a central foi cortada da energia externa desde o início do conflito no ano passado, alertou a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).
"O mais recente corte de energia externa é mais uma chamada de atenção para a precariedade da situação da segurança nuclear na central, que pode ser afetada por acontecimentos muito distantes do próprio local", afirmou o chefe da AIEA, Rafael Grossi.
"A AIEA continua a fazer tudo o que está ao seu alcance para ajudar a evitar um acidente nuclear. Apelo também a todas as partes para que não tomem qualquer medida que possa pôr em perigo a central", acrescentou.
Desde o ano passado, os funcionários da AIEA têm estado no terreno a controlar a segurança da central, que requer manutenção constante para evitar o sobreaquecimento.
A central deixou de fornecer eletricidade à rede ucraniana em setembro de 2022 e tem sido repetidamente abalada por bombardeamentos e ataques de drones ao longo dos 21 meses de conflito.