China convocou embaixador alemão após ministra ter chamado ditador a Xi Jinping

Agência Lusa , PF
18 set 2023, 17:25
Olaf Scholz e Xi Jinping (Associated Press)

“Se Putin vencesse esta guerra, que sinal enviaria esse facto a outros ditadores no mundo, como Xi, o presidente chinês?” perguntou a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros durante uma entrevista

O embaixador alemão em Pequim foi convocado no domingo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês após comentários da chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, que descreveu o presidente Xi Jinping como um ditador.

A informação sobre a chamada do embaixador alemão à sede da diplomacia chinesa no domingo foi avançada por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

Esta segunda-feira, a China descreveu o comentário de Baerbock – feito durante uma entrevista à cadeia televisiva norte-americana Fox News, em 14 de setembro – como uma “provocação política”, de acordo com a diplomacia alemã.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Mao Ning disse esta segunda-feira que os comentários de Baerbock foram “totalmente absurdos e constituem um grave ataque à dignidade política da China, bem como uma provocação política aberta”.

Referindo-se à guerra na Ucrânia, a ministra alemã, interrogou-se ainda sobre o efeito da guerra da Ucrânia no comportamento do líder chinês.

“Se Putin vencesse esta guerra, que sinal enviaria esse facto a outros ditadores no mundo, como Xi, o presidente chinês?”, perguntou Baerbock, durante a entrevista televisiva, argumentando que, também por isso, é fundamental que Kiev vença o conflito contra Moscovo.

Um porta-voz do chanceler social-democrata Olaf Scholz, entrevistado esta segunda-feira em Berlim, considerou que a forma como a China é governada, através de um sistema de partido único, não corresponde aos “ideias democráticos” do Governo alemão, mas recusou-se a usar o termo “ditador” para falar de Xi.

A China é o maior parceiro comercial da Alemanha, mas Berlim tem vindo a endurecer o seu tom em relação a Pequim há vários meses, ao mesmo tempo que procura reduzir a dependência da sua economia e proteger melhor os seus interesses estratégicos face a uma China cada vez mais agressiva.

Ásia

Mais Ásia

Patrocinados