EUA e aliados cautelosos no anúncio de novas sanções 

22 fev 2022, 07:27
Biden

Biden começou por anunciar sanções aos territórios separatistas, mas falta saber com que medidas económicas pretende atingir o regime de Putin. Primeiro pacote de retaliação será anunciado hoje, mas há hesitações em Washington e noutras capitais

 

Os Estados Unidos e os países aliados deverão anunciar novas sanções contra a Rússia esta terça-feira, de acordo com uma notícia da agência Reuters que cita responsáveis da administração norte-americana. As conversações estão a decorrer entre a Casa Branca e os governos de países europeus, asiáticos e outros aliados dos EUA. 

A representante dos EUA junto das Nações Unidas,  Linda Thomas-Greenfield, anunciou na noite passada, após a reunião do Conselho de Segurança da ONU, que esta terça-feira será o dia D. “Amanhã, os Estados Unidos imporão sanções à Rússia por esta clara violação do direito internacional e da soberania e integridade territorial da Ucrânia. Podemos, queremos e devemos permanecer unidos nos nossos apelos para que a Rússia retire as suas forças, regresse à mesa diplomática e trabalhe em prol da paz".

Na segunda-feira, Joe Biden assinou uma ordem executiva para proibir o comércio e o investimento americanos e as duas regiões separatistas que a Rússia reconheceu como independentes. Mas esse passo, visando apenas territórios separatistas com muito pouco peso económico, soube a pouco e não visou a Rússia.

O facto de Vladimir Putin ter optado por usar a força de forma gradual e dissimulada, escudando-se atrás dos territórios separatistas e enviando tropas para território ucraniano com o rótulo de “manutenção de paz” parece estar a dificultar a reação americana e o acordo com os aliados no sentido de uma resposta firme. 

Segundo o jornal New York Times, a manobra de Putin “colocou os Estados Unidos e a Europa parente o desafio de decidir com que rapidez se deve avançar na imposição de sanções severas a Moscovo, procurando equilibrar a punição, a dissuasão e a manutenção da unidade entre os aliados.”

Num primeiro momento, fontes da administração americana explicaram que não iriam impor um pacote de sanções mais amplo à Rússia, alegando que as suas ações na segunda-feira não significavam novas invasões. De acordo com a CNN Internacional, Washington estará à espera de movimentações russas que tornem mais óbvia a incursão militar sobre outros territórios ucranianos.

Biden conversou ontem, ao final do dia, com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz. Hoje, haverá novas conversas por telefone do presidente americano e do secretário de Estado com os seus homólogos ucranianos.

Também o governo britânico deverá revelar hoje o primeiro pacote de sanções à Rússia, depois da ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, ter defendido que Putin não pode deixar de ser “punido”. Boris Johnson vai liderar esta manhã uma reunião para definir o primeiro pacote de sanções económicas a Moscovo. 

Truss falou ontem com Josep Borrell, o alto representante da UE para os negócios estrangeiros, para afinar estratégias com os 27. Para além de sanções económicas à Rússia, Londres admite aumentar o apoio militar à Ucrânia, conforme Boris Johnson admitiu numa conversa telefónica com o Presidente Zelensky.

E.U.A.

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