Separar o telemóvel do pacote pode permitir poupar na fatura das telecomunicações

ECO - Parceiro CNN Portugal , Flávio Nunes
30 out 2023, 07:38
Telemóvel, telecomunicações, comunicação, smartphone, iPhone 13 Pro Max. Foto: Nasir Kachroo/NurPhoto via Getty Images

Em vez de contratar um pacote 4P (com quatro serviços), pode ser mais económico contratar um 3P e subscrever o tarifário móvel à parte, sugere o ComparaJá

Comparar ofertas, negociar com as operadoras e contratar só o que se precisa são algumas dicas gerais para se poupar nas telecomunicações. Mas a complexidade e diversidade das ofertas, alidada à falta dela nos preços, podem ser um problema na hora de tomar uma decisão. Com o aproximar do Dia Mundial da Poupança, o ECO procurou dicas que podem ajudar alguns consumidores a gastar menos euros ao fim do mês. Uma das conclusões é que, apesar de existirem 4,6 milhões de subscritores de pacotes em Portugal, nem sempre um pacote é a opção mais em conta.

“No que diz respeito à análise de pacotes de telecomunicações, a mesma pode parecer algo complexa e desnecessária, porque os grandes players do mercado (Meo, Nos e Vodafone) costumam praticar preços muito semelhantes entre si”, confirma fonte oficial do ComparaJá, uma plataforma de comparação de preços e ofertas em vários setores, numa análise sobre telecomunicações feita a pedido do ECO. “Aliás, por norma, os preços não diferem entre si e, em muitas alturas do ano, são mesmo iguais”, acrescenta. A análise mostra que um pacote com internet fixa, televisão e telefone pode custar 40,49 euros por mês na Meo e na Nos e 40,5 euros no caso da Vodafone.

Para muitas famílias, porém, os três serviços não são suficientes. Atualmente, os telemóveis são praticamente ubíquos e a economia digital exige que se esteja ligado aos dados móveis em todo o lado, pelo que é necessário contratar pelo menos um serviço móvel. Os consumidores devem analisar a sua situação específica antes de tomarem qualquer decisão, mas o ComparaJá destaca que muitos poderão ficar surpreendidos ao descobrir que, feitas as contas, pode ser mais vantajoso contratar o serviço móvel à parte, ao invés de o acrescentar ao pacote de telecomunicações.

“Pode parecer algo estranho ou até mesmo incoerente, mas, na maior parte das vezes, um pacote 4P [internet, televisão, telefone e telemóvel] não é a solução mais indicada. Os pacotes convergentes são naturalmente mais caros quanto mais produtos apresentarem, e, por isso, tentar ‘fintar’ essas soluções pode ser uma boa hipótese para atingir poupanças significativas ao final do mês e do ano”, diz fonte oficial da plataforma de comparações. Para isso pode fazer sentido olhar para as operadoras virtuais mais pequenas, como a Uzo e a Woo (que pertence à Nos).

Vamos a um exemplo. No dia 23 de outubro, um consumidor que quisesse contratar um pacote 3P da Meo (internet, televisão e telefone), líder de mercado nas ofertas convergentes, tinha à sua disposição no site da operadora o pacote M3 300 Net Fibra, por 40,49 euros por mês, com oferta da primeira mensalidade, dois anos de fidelização, internet com 500 Mbps (megabits por segundo) de download e oferta da box Android TV 4K. Se quisesse adicionar o serviço móvel ao pacote, poderia aproveitar a oferta M4 200 Net Fibra, com 500 Mbps de download, a mesma box e 5 GB de dados móveis, por 57,99 euros mensais. Adicionar este cartão de telemóvel custaria, assim, 17,5 euros mensais.

“No entanto, a solução é quase tão simples quanto desconhecida. Em vez de se contratar um pacote 4P, a solução pode muito bem ser contratar um pacote 3P + 1”, recomenda o ComparaJá. A plataforma cita, por exemplo, uma oferta da Uzo de 10 GB de dados móveis, por dez euros por mês, sem fidelização, e com oferta da primeira mensalidade, embora menos SMS e minutos de chamadas que a oferta da Meo. Um consumidor que valorize a internet no telemóvel e conjugasse o 3P da Meo com esta oferta da Uzo poderia ambicionar gastar menos 7,5 euros por mês do que se contratasse o pacote com quatro serviços.

“O mercado da internet móvel tem diferenças importantes e significativas naquilo que são os valores a pagar, dado que existem operadoras que trabalham única e exclusivamente nesse tipo de ofertas. Assim, quando (e se) chegar o momento de adicionar produtos ao pacote, faz todo o sentido olhar para alguns em particular de forma individualizada”, explica fonte oficial do ComparaJá, que refere também a oferta de dez euros mensais da Woo, embora com um plafond mais curto de 4 GB de dados móveis.

André Pedro, diretor do ComparaJá, detalha ao ECO que, “dependendo da zona onde se reside, pode haver ofertas móveis específicas que compensem separar os serviços”. “Isso é muito comum, por exemplo, na Margem Sul, ou na zona Oeste, onde há operadores mais pequenos que estão mais focados em rede móvel. Mas também há ofertas nas grandes cidades que compensam”, assegura o responsável, ressalvando que tudo depende de uma “análise casuística” que deve ser feita por cada cliente. Um tarifário pré-pago da mesma operadora pode ser outra solução.

Espreite as campanhas da Black Friday

Além de separar as ofertas, o ComparaJá sugere olho atento às campanhas da Black Friday, que tem lugar no dia 24 de novembro.

“À semelhança do que acontece com quase todo o comércio, a Black Friday é uma ótima altura para comparar pacotes de telecomunicação e não é por haver um período de fidelização que não pode aproveitar esta onda de promoções”, lê-se na análise partilhada com o ECO. “As operadoras de telecomunicações são muito fortes nesta altura do ano (o verão e a Black Friday são das alturas mais favoráveis para os clientes) e pode negociar já alguns preços para quando terminar o seu contrato. Se, por acaso, o seu contrato de telecomunicações termina no final deste ano ou até no início do próximo, pode já estipular um pacote e um preço a pagar”, acrescenta.

Fora destes períodos de maior atividade comercial, o ComparaJá aconselha mais prudência, pois a aceitação pode implicar uma renovação do período de fidelização: “No que diz respeito às promoções que surgem meio que inesperadamente, tenha em atenção que muitas destas iniciativas farão com que o seu período de fidelização aumente e, por isso, ficará impossibilitado de procurar novas e melhores soluções”, explica a plataforma.

De facto, segundo André Pedro, as fidelizações podem ser “uma barreira” à poupança. “O mercado livre sai de cena. O que aconselhamos é a, dois ou três meses antes de o período de fidelização terminar, começar a procurar alternativas. Muitas vezes, quando procura alternativas, [o cliente] percebe que arranja uma alternativa mais barata, mas também tem força para contra-argumentar ofertas que surjam da mesma operadora. Muitas vezes até conseguem reduzir o preço na mesma operadora”, acrescenta o diretor. Assim, a fidelização pode impedir uma “poupança mais imediata”, mas, salvo grandes atualizações e preços, como a que aconteceu este ano por causa da inflação, “bloqueia-nos o preço por dois anos, deixando-nos mais ou menos seguros”, conclui.

O ComparaJá serve de angariador para todas estas empresas, segundo André Pedro, tendo, por isso, acordos comerciais com as mesmas.

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