Efromovich diz estar fora da corrida à compra da TAP

ECO - Parceiro CNN Portugal , André Veríssimo e António Costa
5 set 2023, 10:20
TAP (imagem Getty)

"Não participo no capital de qualquer empresa que esteja a analisar poder participar na futura privatização da TAP", afirma o empresário, numa nota escrita ao ECO.

O empresário da aviação Germán Efromovich afirma que não faz parte de qualquer empresa que esteja a avaliar a participação na reprivatização da TAP. O mês passado tinha sido apontado como possível integrante de um consórcio nacional para concorrer à operação.

“Aproveito para o informar que não participo no capital de qualquer empresa que esteja a analisar poder participar na futura privatização da TAP“, afirma Germán Efromovich, no texto de um direito de resposta enviado ao ECO.

O Jornal de Negócios avançou a 23 de agosto que o empresário nascido na Bolívia poderia juntar-se ao consórcio nacional que estará a ser criado para preparar uma oferta na operação de reprivatização da TAP.

Não seria a primeira vez que Efromovich concorreria à compra da companhia. Fê-lo em 2012, num processo que seria suspenso pelo Governo, e em 2015, tendo ficado fora do concurso por não conseguir apresentar as garantias bancárias necessárias. O segundo Executivo de Passos Coelho acabaria por vender 61% da companhia à Atlantic Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa.

Efromovich foi fundador do Synergy Group, que deteve várias operadoras na América Latina, entre elas a colombiana Avianca, que faliu com a pandemia. É presidente da Aeroitalia, uma pequena companhia aérea com base em Roma. Chegou a ser detido e acusado no Brasil, no âmbito da operação Lava Jato, mas seria absolvido em 2021.

Um grupo de empresários portugueses estará a preparar um consórcio para a apresentação de uma proposta à compra da participação do Estado na TAP que o Governo vier a colocar à venda. O Presidente da República afirmou no final de julho que foi informado de que existia um grupo com portugueses e estrangeiros, “a trabalhar numa candidatura” para a compra da companhia.

Segundo o Jornal de Negócios, um dos rostos da iniciativa é Diogo Lacerda Machado, que foi administrador não executivo da companhia aérea entre 2017 e 2021, nomeado pelo Governo de António Costa, de quem é amigo. É atualmente diretor da Geocapital e da Mystic Invest, a holding de investimentos no turismo de Mário Ferreira. À publicação afirmou ter sido abordado por “candidatos interessados na companhia aérea” portuguesa, recusando adiantar mais detalhes.

A revelação deste consórcio é apontada para este mês, em que o processo de reprivatização pode conhecer um novo avanço. Neste momento decorre o processo de avaliação da companhia aérea portuguesa, atribuído pela Parpública à consultora EY e ao Banco Finantia. Uma vez terminado, o Governo irá aprovar o decreto-lei de reprivatização, o que pode acontecer ainda em setembro.

A reprivatização da TAP tem à partida três interessados, que são também três pesos-pesados da indústria na Europa: Lufthansa, IAG e Air France – KLM. Este último contratou recentemente a consultora LLYC para assessorar a comunicação durante a operação, como avançou o ECO. Também já contratou consultores legais e financeiros, tal como o IAG.

A que se pode juntar um consórcio com portugueses, numa corrida de fundo que se estenderá pelo menos até ao final do primeiro semestre do próximo ano, segundo afirmou João Nuno Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

A TAP lucrou 22,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. No mesmo período do ano anterior tinha sofrido um prejuízo de 202,1 milhões.

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