Rui Narciso: «O Torreense é um gigante adormecido»

14 dez 2016, 18:16
Torreense-Chaves (Lusa)

Torreense-Desp. Chaves 2-3 (reportagem)

O Torreense vendeu cara a vitória frente ao Desp. Chaves, nos oitavos de final da Taça de Portugal, e Rui Narciso, treinador do conjunto do Campeonato de Portugal, referiu que a sua equipa merecia mais.

«Devo valorizar o que fizemos, perante uma equipa de I Liga. É pena a forma como saímos. Espelhámos mais uma vez a qualidade, apesar de ser eliminados, e se passássemos não seria de todo injusto. O Torreense mostrou uma equipa de valor. Obrigou o Desp. Chaves a tornar-se uma equipa de Campeojato de Portugal e a queimar tempo», disse em conferência de imprensa.

O treinador explicou que chegou a sonhar, depois de ter estado a ganhar e também com o golo do empate já aos 90'.

«É claro que por momentos sonhámos que podíamos passar a eliminatória. A ganhar por 1-0 foi legítimo que assim fosse, não conseguimos infelizmente. Quero dar os parabéns aos meus jogadores que mais uma vez demonstraram que existe qualidade no Campeonato de Portugal.»

Depois os elogios foram direcionados para os adeptos que quase lotaram o estádio: «Dar os parabéns a esta massa adepta porque jogar num dia de semana, às 15 horas, e ter uma força humana destas... Se calhar são poucas as equipas de I Liga que conseguem. Na maioria das equipas de I Liga, num jogo da Taça não conseguiam ter esta massa adepta e em Torres Vedras felizmente temos. É por isso que digo que o Torreense é um gigante adormecido e se um dia o Torreense tiver a felicidade de poder voltar às ligas profissionais se calhar vamos ter esta massa adepta na maioria dos jogos. Parece que hoje foi feriado em Torres Vedras, mas não foi.»

Foi um penálti aos 99' que ditou a eliminação do Torreense, mas Narciso não critica a decisão do árbitro: «Para nós é complicado depois de tudo o que fizemos ser eliminados num lance de penálti, no tempo de desconto. O Tiago [árbitro] deu-me a informação que deu cinco minutos de desconto, depois deu mais dois pela assistência ao guarda-redes e eu não sei, não vi, se o penálti assinalado foi depois dos sete ou antes dos sete. Agora se é penálti se não é...»

A verdade é que foi assinalado aos 90+8', mas o treinador ilibou o árbitro: «Nós também vimos penáltis noutros lances, mas provavelmente não eram, no calor do jogo vemos muitas coisas. Isto é um facto: muitas das coisas que pedimos, faltas, penáltis, em 80% das vezes vamos analisar o lance e os árbitros têm razão. Não sei se foi o caso, mas a dizer alguma coisa é se foi fora dos sete minutos.»

Sobre a expulsão do seu jogador Weliton já tem algo mais a dizer, já que o primeiro amarelo foi visto por «queimar tempo» ainda na primeira metade.

«Concordo que houve dualidade de critério na amostragem de amarelos. Analisando o lance em que o Weliton leva o primeiro amarelo, o segundo amarelo não está em causa é bem mostrado, sem dúvida alguma que não existe motivo para mostrar. Existe um desentendimento na forma como haveríamos de reiniciar o lance de processo ofensivo, não existiu entendimento e o Welinton hesitou na forma como dar início ao processo e o Tiago não hesitou a mostrar amarelo. O mesmo não se verificou na segunda parte quando nós estávamos em desvantagem e o guarda-redes adversário queimou tempo. Aos árbitros também não é fácil controlar estas situações, que às vezes até partem das equipas e dos próprios treinadores.»

Apesar da eliminação, Rui Narciso vai satisfeito com o que viu dos seus jogadores: «Hoje ficou presente a qualidade que demonstrámos. Não defrontámos uma equipa qualquer, defrontámos uma equipa de topo da I Liga, uma equipa que eliminou o FC Porto da Taça de Portugal. E sabíamos que obrigatoriamente teria de ser um jogo em que iríamos sentir dificuldades. No entanto acho que demos uma excelente resposta. Em muitos momentos do jogo não fomos inferiores ao adversário, em alguns fomos superiores, e com menos uma unidade tivemos o mérito de igualar a partida.»

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