Taça: FC Porto-V. Guimarães, 3-1 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Dragão, Porto
17 abr, 22:19

Cambalhota no Dragão com muito (J)amor

O FC Porto deu a volta ao susto madrugador no Dragão e está na final da Taça de Portugal.

Entre três jornadas em que somou apenas um ponto na Liga – uma delas a derrota caseira com o Vitória – a equipa de Sérgio Conceição venceu novamente os minhotos, agora por 3-1, para marcar encontro com o Sporting no Jamor, a 26 de maio.

Para a história, ficam os golos de Mehdi Taremi – titular pela primeira vez em 2024 – Francisco Conceição e Pepê, em resposta ao golo de Afonso Freitas logo a abrir.

Já matematicamente afastado do título (e longe do 2.º lugar e da Champions), derrotado na Supertaça, ausente da final four da Taça da Liga e, em contraste com o rendimento interno, o brilho com a digna prestação na Liga dos Campeões em que ficou pelos quartos de final, o FC Porto tem na prova rainha um ponto de honra para acabar a época. Medirá forças com o leão, que antes encontra para a Liga, dentro de semana e meia.

É justo dizer-se que o FC Porto foi, globalmente, a melhor equipa na eliminatória. Mas o Vitória não ficou atrás. Foi uma meia-final digna e os minhotos também tentaram o apuramento, mas não tiveram, por fim, o poder e os argumentos do FC Porto.

Tanto tentaram que o empate na eliminatória foi uma questão de segundos: 59! Tudo começou num lançamento lateral de Jota Silva na direita, Jorge Fernandes ganhou de cabeça perante Wendell ao primeiro poste, Nélson Oliveira bateu Pepe na antecipação em zona frontal e Afonso Freitas desviou ao segundo poste, anulando o golo de Pepê que vinha do D. Afonso Henriques.

O FC Porto - com seis mudanças no onze entre as dez ausências no plantel - sofreu ainda a frio e demorou um pouco a aquecer, embora tenha assumido, aos poucos, presença no meio-campo ofensivo. Francisco Conceição fez uma grande primeira parte, foi uma fonte inesgotável de vontade e, de um derrube de Charles sobre si, nasceu um penálti que Artur Soares Dias – após consultar as imagens – assinalou. Taremi, com toda a importância que o momento poderia trazer ao jogo e à eliminatória, fez o 1-1 aos 26 minutos.

A verdade é que depois de marcar o Vitória mal causou problemas a Cláudio Ramos e foi o FC Porto a ameaçar mais – e a concretizar – a reviravolta. Somou cantos atrás de cantos (8-0 na 1.ª parte) e algumas ocasiões. Se Charles negou o 2-1 à cabeça de Pepe (38m), já não deteve o remate de pé esquerdo de Francisco Conceição. O extremo coroou uma grande primeira parte com o 2-1 no quinto de seis minutos de compensação, após combinar com João Mário pela direita.

No meio disto tudo, o Vitória teve Tiago Silva, Borevkovic, Manu e Jota Silva amarelados e só conseguiu criar verdadeiro susto mesmo em cima do intervalo, num cabeceamento em que Nélson Oliveira deveu a si mesmo algo mais. Não voltou para a segunda parte, assim como Afonso Freitas, com Álvaro Pacheco a apostar em Miguel Maga e Kaio César.

Nesta, embora o Vitória tenha tido mais bola, o FC Porto foi mostrando ter a eliminatória controlada e aos poucos mostrou ser perdulário para acabar de vez com a esperança do Vitória. Galeno não decidiu bem por duas vezes na área, saiu pouco depois e viu já do banco o 3-1 apontado por Pepê: o brasileiro bateu Charles de pé esquerdo aos 75 minutos, após recuperação de Baró, entrado pouco antes para o lugar de Galeno (consolado no banco por Conceição, nos festejos).

Já com a eliminatória resolvida, o jogo partiu mais nos 20 minutos finais, houve mais vontade do que rigor tático e podia ter havido mais golos de parte a parte, mas entre as melhores aproximações, Bruno Gaspar desperdiçou o 3-2 e Danny Namaso e Evanilson não conseguiram bater Charles, que acabou por evitar males maiores no resultado para os minhotos.

A noite acabou bem para o FC Porto, que teve ainda Gonçalo Borges, Eustáquio e Wendel Silva em campo nos minutos finais. E teve também nesta noite um reforço de confiança. Com mais (J)amor também vindo das bancadas, antes da decisão que pode dar o único título da época e antes de cinco jornadas decisivas, no mínimo, para defender o pódio na Liga.

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