Taça de Portugal: Estoril-Mafra, 2-1 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio António Coimbra da Mota
26 nov 2023, 19:10
Estoril-Mafra (LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO)

Suor e garra na terceira consecutiva dos canarinhos

O Estoril sofreu, mas acabou por carimbar o passaporte para os oitavos de final da Taça de Portugal com uma difícil reviravolta diante do atrevido Mafra que chegou a estar em vantagem no António Coimbra da Mota e só caiu nos instantes finais do jogo. Vasco Seabra teve de ir ao banco para resgatar uma vitória frente ao conjunto comandado por Silas que deixou, mais uma vez, claro que as diferenças entre a segunda metade da Liga e a primeira metade da II Liga é, afinal de contas, muito ténue.

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Vasco Seabra não facilitou, apresentou a equipa habitual da Liga, com três alterações cirúrgicas. Dani Figueira regressou à baliza, Raúl Parra, que este domingo celebrou 24 anos, foi titular na defesa, enquanto Heriberto rendeu Rafik Guitane no ataque. Jorge Silas também apresentou o habitual 4x3x3 do Mafra, com uma frente de ataque alargada com Mesaque Dju e Lucas Gabriel no apoio a Diogo Almeida.

E foi o Mafra que entrou melhor no jogo, com um bloco bem subido, a colocar, desde logo, muitas dificuldades ao Estoril que demorou a perceber como escapar à pressão alta e às marcações cerradas dos atrevidos visitantes. Com uma Mafra a exercer uma forte pressão no centro do terreno, com o dinamarquês Andreas Nibe em plano de destaque, os canarinhos não conseguiam sair a jogar e a primeira oportunidade do jogo foi mesmo para o Mafra, com Mesaque Dju a destacar-se sobre a direita e a rematar ao lado.

O Estoril demorou a assentar o seu jogo, mas acabou por conseguir encontrar um equilíbrio e, na primeira vez que chegou à área do Mafra, Alejandro Márquez deixou a baliza de André Paulo a abanar com uma bomba que explodiu no poste. O jogo começava a mudar aqui, com o Estoril, com uma crescente posse de bola, a assumir finalmente as rédeas do jogo, com Rodrigo Gomes a aparecer no jogo com as suas habituais arrancadas verticais a levar a equipa para a frente.

Heriberto também colocou o antigo guarda-redes do Sporting à prova com um remate de fora da área no melhor período do Estoril, mas foi neste preciso momento, aos 28 minutos, que o Mafra chegou ao golo, numa transição rápida. Lucas Gabriel, sobre a direita, colocou no centro para a entrada de Andreas Nibe que encontrou Diogo Almeida na área. O avançado do Mafra rodopiou, deixou Holsgrove fora do lance e atirou a contar. Grande festa do Mafra, não só no relvado, mas também nas bancadas, com os adeptos da equipa visitante a fazerem-se ouvir na Amoreira.

O Estoril procurou reagir de pronto, acelerando o ritmo de jogo e carregando pelos dois flancos, mais uma vez com Rodrigo Gomes em evidência, mas foi o Mafra que voltou a ameaçar novo golo, já perto do intervalo, com Mesaque Dju a encontrar uma brecha na zona frontal e a rematar a rasar o poste. O intervalo chegou logo a seguir, com o Mafra em vantagem e o Estoril a ter que fazer pela vida.

Cassiano salta do banco e voa para a reviravolta

O Mafra, tal como aconteceu no início da partida, até voltou a entrar melhor, mas desta vez foi o Estoril que chegou ao golo na primeira oportunidade que teve, com mérito total para Mateus Fernandes. O médio cedido pelo Sporting, que na segunda parte apareceu mais encostado à esquerda, vinha a progredir pelo corredor, foi desarmado por Gui Ferreira, mas não desistiu do lance, recuperou a bola e cruzou-a para a entrada da área onde surgiu Heriberto a rematar para o empate.

O Mafra continuou a jogar com um bloco subido e, nos instantes seguintes, os canarinhos tiveram a possibilidade de dar a volta ao resultado, numa série de transições rápidas, com destaque para mais um remate de Rodrigo Gomes após mais um cruzamento de Mateus Fernandes da esquerda.

No entanto, o Estoril não conseguiu tirar proveito deste momento positivo e permitiu que o Mafra voltasse a crescer. A equipa da II Liga instalou-se mesmo no meio-campo dos canarinhos, por largos minutos, a ameaçar novo golo. Vasco Seabra procurou abanar a sua equipa com as sucessivas entradas de Rafik Guitane, Cassiano e Wagner Pina e acabou por acertar em cheio, uma vez que foram dois destes jogadores que estiveram na origem da reviravolta. Rafik Guitane destacou-se sobre a direita e cruzou com precisão para o primeiro poste onde surgiu Cassiano, literalmente a voar, para marcar de cabeça.

Faltavam apenas sete minutos para o final, Jorge Silas ainda lançou cinco novos jogadores para a contenda, mas, nesta altura, o Estoril já estava em modo controlo e até teve uma oportunidade flagrante para fazer o 3-1, com Tiago Araújo a atirar à figura de André Paulo.

O Estoril segue em frente na Taça, mas o Mafra deixou uma boa imagem da competitividade da II Liga, diante de uma equipa que, nas últimas semanas, tinha ido vencer o Dragão e goleado o Casa Pia.

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