Taça: Penafiel-Vizela, 3-3 (1-2 g.p.) (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio 25 de Abril
15 out 2022, 18:37
Penafiel - Vizela

Onze metros foi diferença a mais para um jogo de loucos: Luiz Felipe estreou-se no papel de herói

O Vizela está na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Selou a passagem nos penáltis em Penafiel, acabando com os adeptos a pedir o Jamor. O epílogo de um jogo que entrará para a galeria das principais eliminatórias desta edição da prova. A equipa do primeiro escalão perdia por dois golos de diferença a vinte minutos do noventa.

Conseguiu levar o jogo para mais meia hora de futebol num prolongamento aberto e disputado até ao último suspiro. Seis golos ao fim do tempo regulamentar acabaram por ditar um resultado mais expressivo no jogo jogado do que propriamente no desempate através de penáltis. Em nove penáltis apenas foram convertidos três, saindo daí um herói: Luiz Felipe, que se estreou com a camisola do Vizela, susteve três grandes penalidades e fez a diferença. É ele que põe o carimbo na passagem vizelense. Derrota inglória para o Penafiel: merecia mais, mas sai da Taça por culpa própria.

No Municipal 25 de Abril o encontro teve desde logo um momento que se fez sentir no resto do jogo. O Penafiel entrou praticamente a vencer com um golo aos quatro minutos, um bom golo num remate cruzado de Castanheira, a provocar sentimentos antagónicos nas equipas. O Vizela, que  partiu para o jogo com maior dose de responsabilidade, ficou desde logo com um problema em mãos, enquanto que o Penafiel tranquilizou-se.

O golo nasce de uma má saída a jogar dos vizelenses, que com a equipa exposta entregaram a bola ao adversário, deixando Álvaro Pacheco à beira de um ataque de nervos. Aliás, o técnico dos vizelenses mexeu na equipa, operando três alterações, a escassos minutos do intervalo. Não era para menos. O emblema do principal escalão do futebol português, para lá do essencial – estar a perder – não tinha capacidade para progredir no terreno com a bola controlada. Os poucos lances de perigo que o Vizela foi conseguiu foram pouco construídos, e um Filipe Ferreira inspirado na baliza penafidelense ia sendo suficiente para manter a baliza a zeros.

Chá do intervalo foi bom para o Vizela; faltou ser duradouro

O chá do intervalo foi bom conselheiro para o Vizela, como se diz na gíria. Mais que não seja porque os vizelenses chegaram ao empate logo nos instantes iniciais. Kiko Bondoso assinou o empate e lançou a equipa de primeira para dez minutos de superioridade, em que ameaçou passar para a prática as diferenças que a teoria atribuía, à partida, aos dois conjuntos.

Sol de pouca dura. Personalizado, o Penafiel recompôs-se do soco no estômago que foi sofrer nos instantes inicias da segunda metade e ao minuto 70 vencia com uma margem de dois golos. No espaço de sete minutos os penafidelenses abanaram por duas vezes as redes: primeiro foi Silvério a marcar num canto, depois Marcus agradeceu a Édi Semedo a oferta para o terceiro.

Com vinte minutos para se jogar, o Penafiel teve o jogo na mão perante um Vizela em maus lençóis. Poucos apostariam, por esta altura, num resultado que não permitisse ao Penafiel marcar presença na próxima eliminatória.

Banco resgata vizelenses para mais meia hora

Valeu ao conjunto minhoto a alma que tanto lhe é característica para uma reta final que ameaçava ser penosa. Não se tratou de um massacre, longe disso, mas o Vizela agarrou-se ao que tinha perante um Penafiel que parece ter relaxado com a ilusão dos dois golos de vantagem.

A verdade é que em apenas cinco minutos, aos 76 e aos 81, o Vizela marcou dois golos e igualou o jogo a três. Sarmiento e Carlos Isaac, duas apostas de Álvaro Pacheco a partir do banco de suplentes, deram mais uma dose de emoção ao encontro. Primeiro nos derradeiros dez minutos do tempo regulamentar, que foram abertos e podiam ter feito o jogo pender para qualquer um dos lados.

Depois, nos trinta minutos adicionais. No prolongamento, ainda que a um ritmo menos intenso, os dois conjuntos voltaram a gladiar-se pelo golo, o quarto. Feliz ainda atirou ao ferro, em mais um rasgo de rebeldia penafidelense, mas teve de se recorrer ao desempate através de grandes penalidades para encontrar o vencedor.

Depois de seis golos em 120 minutos, em nove penáltis as redes apenas abanaram três vezes. no meio da ineficácia, foi mais certeiro o Vizela. Segue em frente, Luiz Felipe foi o herói que livra os vizelenses de uma eli

FICHA DE JOGO

Estádio 25 de Abril, Penafiel

Árbitro: Manuel Oliveira.
Assistentes: Carlos Campos e Hugo Santos.
4.º árbitro: Rui Lima.

PENAFIEL: Filipe Ferreira; Robinho, Silvério, João Miguel (Gonçalo Loureiro, 90m) e Rúben Freitas; Batista (Fortes, 85m), Filipe Cardoso (Édi Semedo, 46m) e Vasco Braga; Adílio (Reko, 46m), Marcus (Feliz, 71m) e Castanheira (Roberto, 71m).

VIZELA: Luiz Felipe; Tomás Silva (Carlos Isaac, 73m), Bruno Wilson (Aidara, 90m), Ivanildo e Kiki; Alex Mendez (Sarmiento, 73m), Guzzo e Samu (Diego Rosa, 41m); Kiko Bondoso, Schmidt (Osmajic, 41m) e Nuno Moreira (Zohi, 41m).

Ao intervalo: 1-0

Marcadores: Castanheira (4m), Kiko Bondoso (46m), Silvério (61m), Marcus (69m), Sarmiento (76m) e Carlos Isaac (81m).

Disciplina: cartão amarelo para Filipe Cardoso (17m), Batista (35m), (Silvério, 71m), Reko (90m), Ivanildo (108m) e Kiki (119m).
 
Resultado final: 3-3 (1-2 g.p.)

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