Suécia quer produzir "quantidades maciças" de energia nuclear

Agência Lusa , SM
16 nov 2023, 17:57
Energia nuclear volta a ser uma possibilidade

Governo conservador sueco prevê a produção de energia nuclear equivalente a dois reatores nucleares até 2035

A Suécia pretende produzir "quantidades maciças" de energia nuclear para levar a bom termo a transição energética e satisfazer a procura crescente de eletricidade no país, anunciou esta quinta-feira o Governo sueco.

O novo plano apresentado pelo Governo conservador prevê a produção de energia nuclear equivalente a dois reatores nucleares até 2035, o mais tardar, a que se seguirá uma "expansão maciça" até 2045.

Trata-se de mais um passo no sentido de "voltar a ser uma nação nuclear forte", afirmou a ministra da Energia, Ebba Busch, numa conferência de imprensa.

Mas é também um passo para o sucesso da transição energética, insiste o Governo sueco.

"Nos próximos 25 anos, temos de duplicar a produção de eletricidade da Suécia", acrescentou a ministra.

Atualmente, a Suécia tem seis reatores nucleares, que entraram em funcionamento durante a década de 1975-1985, em três centrais diferentes.

No início de agosto, o Governo anunciou que ia levantar os obstáculos à construção de novos reatores nucleares.

O país escandinavo precisará do equivalente a dez novos reatores nucleares convencionais até 2045, segundo as estimativas das autoridades.

A ministra da Economia, Elisabeth Svantesson, que participou na conferência de imprensa, disse estar ciente do custo do projeto. Será efetuado um inquérito sobre o assunto "o mais rapidamente possível", declarou.

Com a expansão da energia nuclear, o risco "é antes o de acumular uma enorme montanha de dívidas nas costas dos contribuintes suecos", reagiu o porta-voz da Greenpeace, Rolf Lindahl.

"Todos os projetos nucleares comparáveis lançados na Europa, em França, na Finlândia e no Reino Unido, sofreram grandes aumentos de custos e atrasos", explicou, acrescentando: "Não há qualquer indicação de que isso não venha a acontecer também aqui".

O anúncio surge no momento em que os países da União Europeia se preparam para mais um inverno com um fornecimento reduzido de gás russo, o que fez disparar os preços da eletricidade.

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