Notícia TVI: buscas a ministro no caso das golas inflamáveis

12 out 2019, 19:56

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, é um dos visados pelo Ministério Público na investigação ao caso das golas antifumo

O ministro da Administração Interna foi ele próprio um dos visados na operação do Ministério Público no âmbito do caso em que se investigam negócios de contratação pública na prevenção e combate aos incêndios, de que é exemplo a polémica compra das golas anti-fumo, sabe a TVI. A procuradora Ana Carla Almeida, que lidera no DCIAP o inquérito, ordenou mesmo que o gabinete de Eduardo Cabrita, no Terreiro do Paço, fosse passado a pente-fino pela Polícia Judiciária nas buscas do último dia 18 de Setembro.

A TVI sabe também que o ministro e homem forte do governo de António Costa esteve presente enquanto decorriam as buscas dos inspetores ao seu gabinete - na procura de documentação relacionada com os negócios sob suspeita -, não tendo, no entanto, o alto governante sido constituído arguido, ao contrário do que aconteceu com o seu secretário de Estado da Proteção Civil. José Artur Neves, recorde-se, demitiu-se no próprio dia da operação quando passou a ser formalmente suspeito do crime de fraude na obtenção de subsídio, pelo qual já há um total de sete arguidos, como esta semana informou a Procuradoria Geral da República.

Além de Artur Neves, são arguidos o seu antigo adjunto na secretaria de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, que já se tinha demitido em Julho quando admitiu ter indicado a empresa à qual o Estado acabou por comprar as 70 mil golas anti-fumo e 15 mil kits de autoproteção; além do presidente da Proteção Civil, tenente-general Mourato Nunes, que recusou demitir-se; de dois empresários e das respetivas sociedades que negociaram com o Estado.

A investigação - que visa também crimes de corrupção e participação económica em negócio - não se fica pelo caso das golas e, entre outros, tem na mira contratos no valor de 1,8 milhões de euros, associados ao programa Aldeia Segura e ao sistema de alerta de incêndios por SMS. A TVI sabe que, nas buscas ao Ministério da Administração Interna, à sede da Proteção Civil e a centros distritais da mesma, o Ministério Público procurou mais informação nomeadamente sobre a contratação de meios aéreos de combate à fogos.
 

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