A ordem no ténis já mudou, a malapata de Nole continua

8 jun 2015, 10:09

Já só Wimbledon resiste ao domínio dos «big four» como vencedores de um «major» em mais de uma década. O «grand slam» inglês chega dentro de três semanas

O triunfo de Stan Wawrinka deste domingo em Roland Garros é mais uma pedra na construção da nova ordem do ténis. A era dos «big four» está cada vez mais ultrapassada pelo que a edição deste ano dos internacionais de França foi vincando – quer em relação a Rafa Nadal ou a Roger Federer em especial.

Desde que Gastón Gaudio ganhou o «grand slam» francês em 2004, Nadal ganhou nove edições e Federer venceu a outra. Neste ano, o maiorquino sofreu a segunda das derrotas que coexistem ao lado dos 70 encontros vitoriosos em Roland Garros.

Novak Djokovic conseguiu finalmente dobrar
Nadal terra batida mais respeitada (nos quartos de final) depois de ter perdido duas finais para o espanhol: em 2012 e 2014 (além das mais-finais de 2013). Mas isso não significou para o sérvio ganhar o título que, neste momento, mais quer: Nole voltou a ter malapata em Roland Garros e perdeu novamente o «major» que lhe falta no currículo.



Na final deste domingo, Wawrinka jogou de forma soberba impedindo o líder do ranking de fazer o «grand slam» de carreira quando já venceu em Melbourne (Austrália), Wimbledon (Inglaterra) e Flushing Meadows (Estados Unidos). Djokovic perdeu hipótese de ser o oitavo a vencer os quatro torneios «grand slam» como o conseguiram Fred Perry, Don Budge, Rod Laver, Roy Emerson, Andre Agassi, Roger Federer e Rafa Nadal.
 



A queda de Djokovic em Paris significou o termo da série de 28 encontros seguidos a ganhar, mas isso não vai abalar o sérvio no nº1 lugar do ranking, que vai ocupar a partir de segunda-feira pela 150ª semana. Já Wawrinka, ao vencer o seu segundo torneio «grande slam» (depois da estreia na Austrália no ano passado), tem subida garantida do nono para o quarto lugar da tabela ATP.

Doze anos depois, o suíço venceu os internacionais de França depois de já ter ganho em Roland Garros enquanto júnior. Era algo que não acontecia desde a década de 1980 com históricos como Mats Wilander ou Ivan Lendl.
 



Wawrinka tornou-se o sexto jogador ainda em atividade a ter no currículo mais do que um «major» ganhos (sempre numa final com Nole). O outro
é o veterano Lleyton Hewitt. Os ouros quatros são os tais «big four»: Djokovic, Federer, Nadal e Andy Murray. Wawrinka já apanhou inclusivamente o britânico no número de títulos do «grand slam». O quarteto da última década está cada vez mais desfeito
.
 


A primeira vitória de Wawrinka sobre Federer apenas aconteceu no ano passado, num total de 19 encontros disputados entre os dois suíços. A segunda aconteceu agora em Roland Garros em apenas três sets. Federer já não vence um «major» desde 2012 e o posto de nº1 da Suíça parece estar para ficar com o seu compatriota.

A este respeito da ordem que já mudou, apenas Wimbledon conserva já entre os seus vencedores da última década um dos «big four». Na Austrália, foi o próprio Wawrinka a quebrar a regra em 2014 – quando o último antes dos quatro tinha sido Marat Safin em 2005. No Open dos Estados Unidos foi mais fácil. Depois da vit+oria de Andy Roddick em 2003, Juan Martín Del Porto furou a barreira em 2009 e, também no ano passado, Marin Cilic marcou a posição da nova geração.

Em Roland Garros, como se viu desde Gaudio (2004), só Federer furou uma vez por entre o eneacampeão Nadal. Neste domingo deixou de ser assim. Só Wimbledon já resiste agora com esta regra: para encontrar o último vencedor que não Federer, Nadal, Murray ou Djokovic tem-se de recuar a 2002 para encontrar Hewitt.

O espanhol garantiu que a sua eliminação em Roland Garros não significava o fim da sua carreira, muito menos das suas opções prometendo uma resposta ao seu nível na temporada de relva que agora começa e tem o apogeu em Wimbledon daqui a três semanas. Mas a atualidade atira Nadal para o pior lugar do ranking desde abril de 2005. O espanhol será o 10º da tabela ATP a partir de segunda-feira.

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