Já só Wimbledon resiste ao domínio dos «big four» como vencedores de um «major» em mais de uma década. O «grand slam» inglês chega dentro de três semanas
O triunfo de Stan Wawrinka deste domingo em Roland Garros é mais uma pedra na construção da nova ordem do ténis. A era dos «big four» está cada vez mais ultrapassada pelo que a edição deste ano dos internacionais de França foi vincando – quer em relação a Rafa Nadal ou a Roger Federer em especial.Desde que Gastón Gaudio ganhou o «grand slam» francês em 2004, Nadal ganhou nove edições e Federer venceu a outra. Neste ano, o maiorquino sofreu a segunda das derrotas que coexistem ao lado dos 70 encontros vitoriosos em Roland Garros.
Novak Djokovic conseguiu finalmente dobrar
Na final deste domingo, Wawrinka jogou de forma soberba impedindo o líder do ranking de fazer o «grand slam» de carreira quando já venceu em Melbourne (Austrália), Wimbledon (Inglaterra) e Flushing Meadows (Estados Unidos). Djokovic perdeu hipótese de ser o oitavo a vencer os quatro torneios «grand slam» como o conseguiram Fred Perry, Don Budge, Rod Laver, Roy Emerson, Andre Agassi, Roger Federer e Rafa Nadal.
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A queda de Djokovic em Paris significou o termo da série de 28 encontros seguidos a ganhar, mas isso não vai abalar o sérvio no nº1 lugar do ranking, que vai ocupar a partir de segunda-feira pela 150ª semana. Já Wawrinka, ao vencer o seu segundo torneio «grande slam» (depois da estreia na Austrália no ano passado), tem subida garantida do nono para o quarto lugar da tabela ATP.
Doze anos depois, o suíço venceu os internacionais de França depois de já ter ganho em Roland Garros enquanto júnior. Era algo que não acontecia desde a década de 1980 com históricos como Mats Wilander ou Ivan Lendl.
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Wawrinka tornou-se o sexto jogador ainda em atividade a ter no currículo mais do que um «major» ganhos (sempre numa final com Nole). O outro é o veterano Lleyton Hewitt. Os ouros quatros são os tais «big four»: Djokovic, Federer, Nadal e Andy Murray. Wawrinka já apanhou inclusivamente o britânico no número de títulos do «grand slam». O quarteto da última década está cada vez mais desfeito .
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A primeira vitória de Wawrinka sobre Federer apenas aconteceu no ano passado, num total de 19 encontros disputados entre os dois suíços. A segunda aconteceu agora em Roland Garros em apenas três sets. Federer já não vence um «major» desde 2012 e o posto de nº1 da Suíça parece estar para ficar com o seu compatriota.
A este respeito da ordem que já mudou, apenas Wimbledon conserva já entre os seus vencedores da última década um dos «big four». Na Austrália, foi o próprio Wawrinka a quebrar a regra em 2014 – quando o último antes dos quatro tinha sido Marat Safin em 2005. No Open dos Estados Unidos foi mais fácil. Depois da vit+oria de Andy Roddick em 2003, Juan Martín Del Porto furou a barreira em 2009 e, também no ano passado, Marin Cilic marcou a posição da nova geração.
Em Roland Garros, como se viu desde Gaudio (2004), só Federer furou uma vez por entre o eneacampeão Nadal. Neste domingo deixou de ser assim. Só Wimbledon já resiste agora com esta regra: para encontrar o último vencedor que não Federer, Nadal, Murray ou Djokovic tem-se de recuar a 2002 para encontrar Hewitt.
O espanhol garantiu que a sua eliminação em Roland Garros não significava o fim da sua carreira, muito menos das suas opções prometendo uma resposta ao seu nível na temporada de relva que agora começa e tem o apogeu em Wimbledon daqui a três semanas. Mas a atualidade atira Nadal para o pior lugar do ranking desde abril de 2005. O espanhol será o 10º da tabela ATP a partir de segunda-feira.