12 coisas que precisa de saber sobre Lucy Letby, a serial killer de bebés (que está a chocar o mundo)

19 ago 2023, 19:05

O perfil desta mulher deixa dúvidas até aos mais experientes. Deverá ser condenada a prisão perpétua

1. Depois de um julgamento que durou mais de nove meses, os juízes consideraram a enfermeira Lucy Letby, agora com 33 anos, culpada da morte de sete bebés e de tentar matar outros seis. Isto durante o período de um ano, entre 2015 e 2016, enquanto trabalhava na unidade neonatal do hospital Countess of Chester. Arrisca a prisão perpétua, uma condenação muito rara no Reino Unido. As mortes eram levadas a cabo com métodos dolorosos: injetava insulina ou mesmo ar nos bebés.

2.Um dos elementos que sustenta a acusação é uma nota, num pequeno papel verde. “Sou uma pessoa horrível… sou o diabo por ter feito isto”. É escrita pela própria Lucy, tendo sido a nota encontrada pela polícia durante a investigação. “Não mereço viver. Matei-os de propósito porque não sou boa o suficiente para cuidar deles”.

3.Apesar desta confissão, as autoridades e diferentes especialistas ouvidos pela imprensa britânica não conseguem, de uma forma clara, definir qual foi a motivação desta mulher para matar tantos bebés. Muitos afirmam mesmo que ela não se insere no típico perfil de assassino em série ou psicopata. Ou seja, não tem um perfil antissocial, de raiva, de falta de empatia, auto-centrada, ou historial de violência. Lucy tinha uma vida social ativa: ia a aulas de salsa, saía com amigos, viajava.

4.Apesar da falta de explicação para o motivo das mortes, há várias teses. Uma delas indica que teria uma paixoneta por um médico da unidade, sugerindo que magoaria os bebés para que o colega aparecesse para ajudá-la. Lucy negou esta versão. Pelo contrário, focou-se na ideia de que ela e os colegas eram alvo de grande pressão, com falta de condições de trabalho. Uma nota encontrada pela investigação ajuda a sustentar esta tese.

Registo do julgamento (AP Photo)

5.Apesar dos avanços na justiça, as famílias dos bebés assassinados por Lucy querem que a busca por respostas continue, exigindo saber o que mais poderia ter sido feito pelo hospital para evitar mortes como estas. Durante o período em que trabalhava, o número de mortes na unidade neonatal foi cinco vezes superior ao normal. Lucy era sempre a chefe de turno quando se registaram as sete mortes pelas quais acabou julgada. Foi possível descobri-lo através da escala de serviço.

6.Apesar de sucessivos avisos e alertas, o hospital onde Lucy trabalhava terá demorado a agir. A imprensa britânica, como a BBC, tem partilhado vários registos escritos de colegas a darem conta da necessidade de “falar sobre Lucy”. Muitos meses antes de a polícia ter sido chamada. Outras notícias relatam que a unidade não terá permitido aos investigadores verem os registos clínicos.

7.Quando Lucy regressou de férias de Ibiza, mandou uma mensagem a uma colega dizendo que seria uma “entrada em gande”. Setenta e duas horas depois, morreram dois bebés. Era junho de 2016. Na troca de mensagens, questionava a colega sobre como estavam os novos nascimentos. Em tribunal, disse referir-se a um “turno atarefado”.

8. Depois de matar os bebés, Lucy costumava trocar mensagens com colegas, informando-os das perdas. Na resposta, recebia manifestações de simpatia e apoio. Lucy oferecia-se para fazer horas extra na unidade neonatal.

Registo do julgamento (AP Photo)

9.No quarto de Lucy, as autoridades encontraram folhas de internamento em sacos de compras. Ao todo, 257 documentos confidenciais de doentes foram recuperados, muitos dos quais relacionados com os bebés que tinha maltratado ou matado. Em tribunal, alegou que foram parar acidentalmente a sua casa.

10.Dados do Facebook mostram que Lucy pesquisava recorrentemente pelos pais das vítimas. Inclusive no Natal e nos aniversários das crianças mortas. Em tribunal, negou que fosse obcecada com as famílias em luto. Lucy chegou mesmo a enviar um postal aos pais de uma das vítimas. Fotografou-o com o telefone horas antes do funeral. O que tinha escrito: “Pensando em vós hoje e sempre – peço desculpa por não ter estado presente para despedir-me”.

11.Poderá haver mais vítimas de Lucy Letby. As autoridades estão a rever registos de períodos anteriores da carreira desta enfermeira, tanto no Countess of Chester Hospital como no Liverpool Women's Hospital. Os investigadores vão analisar mais de quatro mil admissões nos dois hospitais entre 2012 e 2016.

12.Lucy apresentou-se em tribunal vestindo cores escuras. Em tribunal, hesitou e chorou quando lhe pediram que indicasse o nome dos seus dois gatos: Tigger e Smudge. Na cama da casa onde vivia, havia peluches. Um deles de Winnie the Pooh.

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