“Esperamos inspirar a próxima geração a jogar râguebi em Portugal”

9 out 2023, 18:49
Seleção de rugby (FOTO: FPR)

José Madeira, um dos jogadores que fizeram história no râguebi ao vencer as Fiji, falou com a CNN Portugal sobre os momentos que a seleção nacional viveu neste campeonato de mundo

Ao fim de longas semanas em França, a seleção nacional de râguebi regressa esta terça-feira a Portugal. No último jogo com a seleção fijiana, a 8ª a nível mundial, Portugal conseguiu uma vitória por 24-23, uma marca histórica, que deixou eufóricos os milhares de portugueses que estavam no estádio. José Madeira, de 22 anos, é um dos elementos da equipa nacional conhecida como os "Lobos" e falou com a CNN Portugal sobre os momentos que se viveram neste campeonato, lembrou a forma única de os portugueses jogarem este desporto e confessou o desejo de serem um exemplo  para os jovens portugueses. 

O que sentiu ontem depois de ganharem o primeiro jogo no Mundial de râguebi ?

Foi uma sensação de enorme orgulho. Trabalhámos muitos nos últimos meses, nos últimos anos e finalmente alcançamos uma vitória no mundial. Esse era o nosso objetivo, conseguimos e isso foi espetacular.

O que é que fez a diferença neste jogo?

A entrega de cada jogador foi espetacular mesmo. Fomos incansáveis durante 80 minutos e cada jogador contribuiu individualmente para o todo da equipa. Foi mérito de todos.

Esta vitória o que representou para si?

Foi um sonho tornado realidade. Foi o momento que acho que todos vamos guardar. Foi um momento da nossa união e a cereja no topo do bolo.

 

O que fizeram depois do jogo acabar? Foram comemorar?

O jogo acabou já tarde e por isso não fomos fazer nada de especial. Fomos beber uma cerveja juntos. Agora esta segunda-feira é que vamos para um almoço mais oficial em Toulouse com famílias e amigos.

O foi que é que foi o mais importante para si neste mundial?

Comecei a jogar râguebi depois de ver a seleção no campeonato de 2007. Espero que agora neste mundial de 2023 também consigamos inspirar outros jovens. Ou seja, esperamos inspirar a próxima geração a jogar râguebi em Portugal. E espero que esta nossa participação no mundial e aquilo que alcançámos ajude o râguebi a crescer no nosso país.

E, para si, qual foi o momento mais difícil desta competição?

Diria que foram as derrotas. Como profissionais, as derrotas nunca são fáceis. Mas a verdade é que também servem para crescermos

Há pouco disse que começou a jogar depois do campeonato de 2007. Ou seja, começou a jogar em criança. Em que clube jogou?

Comecei a jogar com sete ou oito anos no Belenenses e depois fui para França, onde estou agora no Grenoble.

Hoje joga como profissional?   

Sim. Sim. Hoje só faço isso

Mas como é que foi parar a um clube em França?

Em 2019, tive a minha participação na equipa nacional sénior e depois no final desse época fui contactado por vários clubes. O nosso treinador Patrice Lagisque também me abriu muitas portas. E foi assim que acabei em 2020 a ir jogar para o Grenoble

 O que na sua opinião mudou em Portugal no râguebi nos últimos tempos ?

Mudou muita coisa. A nível da equipa técnica. Na entrega brutal, nos sacrifícios, Todo o staff. Há muito talento.  E acho que os resultados chamam mais pessoas até a virem ao estádio. Foi incrível ter os estádios de 40 mil pessoas cheios de portugueses.

 A nossa seleção tem uma forma muito própria de jogar, tem um estilo muito próprio de jogar râguebi. Aliás, é um estilo que é igual em todas as equipas e clubes portugueses.

Que forma de jogar é essa.  Qual é a marca do râguebi português?

É divertido, dinâmico e atrativo.  

É muito diferente da dos outros países?

São diferentes. É como no futebol: há tipos de jogo mais defensivos ou mais de ataque. No râguebi, há equipas que praticam um jogo mais pesado, de maior contacto, outras têm um jogo mais tático.

Muitas pessoas vêm o râguebi como um jogo extremamente violento.

O râguebi tem uma componente física elevada em especial neste nível de competição. Exige um grande esforço, mas não é violência. É, como se costuma dizer, um desporto de brutos jogado por cavalheiros.

Quando é que regressam a Portugal?

Na terça-feira, dia 10.

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