"O Governo fracassou por pura incompetência e incapacidade". PSD está pronto para governar sozinho? Montenegro não hesitou: "Com certeza"

7 nov 2023, 21:25

O líder do Partido Social-Democrata falou aos jornalistas, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro.

Luís Montenegro reagiu à crise política que se instalou esta terça-feira no país, na sequência do pedido de demissão de António Costa.

“É imperioso recuperar a credibilidade, a dignidade institucional e a confiança que se perderam e desbarataram”, começou por dizer o líder do PSD, na sede oficial do partido, defendendo que “a recuperação só é viável com eleições antecipadas”, e que “está preparado para elas”.

Numa comunicação aos jornalistas, no final de uma reunião da Comissão Permanente, observa que “a legitimidade do PS ruiu dentro de si própria" e que "é a primeira vez, em 22 anos, que as mesmas pessoas, as mesmas políticas e o mesmo padrão de governo trazem um pântano à democracia portuguesa”.

“Portugal não pode tolerar ou admitir que importantes decisões de investimento e financiamento público possam ser tomadas por qualquer outro critério, que não seja exclusivamente o interesse público. Seja na transição energética ou ambiental, seja no parque escolar, seja em parcerias público-privadas, seja na defesa nacional, seja nas grandes infraestruturas”, declara. 

Montenegro faz referência às suas declarações nos últimos meses, nas quais alertou que "se o Governo não mudar, o país vai querer mudar o Governo" e promete estar à altura da exigência deste momento, para procurar "conquistar uma nova maioria". 

Em análise ao mandato que foi abandonado esta terça-feira por António Costa, diz que "o Governo caiu por dentro", e que este "não tem nenhuma condição para continuar". 

Por duas vezes, o social-democrata foi questionado acerca de uma possível dependência do Chega para liderar o país, ao que Montenegro reiterou: "Não é um não. Já têm a resposta e não é de hoje". Respondeu ainda, sem hesitação, que, "com certeza", o PSD está pronto para governar sozinho. 

A propósito de um dos cenários possíveis para o país, que implica a liderança de um sucessor socialista, Luís Montenegro não comenta. 

O digirente social-democrata não se alonga sobre a atuação da Justiça no caso que levantou suspeitas sobre António Costa, mas defende que esta "está a funcionar". 

Por outro lado, salienta que aquilo que está nas suas mãos "não é uma questão judicial, é uma questão política". "Há um primeiro-ministro que se demitiu, há um governo que caiu. Fracassaram por pura incompetência e incapacidade de dar solução aos problemas da política portuguesa", remata. 

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