Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, Carlos Moedas, Maria Luís Albuquerque ou Hugo Soares. Os trunfos de Montenegro para os órgãos do PSD

2 jul 2022, 18:44

Presidente eleito escolheu dois antigos candidatos à liderança do partido como vices. Rival Moreira da Silva não ocupa nenhum cargo por vontade própria. E Maria Luís Albuquerque regressa à vida ativa no PSD. Já Rui Rio, na hora da saída, não se livra das críticas

O presidente eleito do PSD, Luís Montenegro, apresentou este sábado os nomes propostos para os vários órgãos do PSD. Carlos Moedas, Maria Luís Albuquerque, Paulo Rangel ou Hugo Soares são alguns dos trunfos para uma nova liderança dos sociais-democratas. 

No sentido de promover a união, Montenegro aposta também nos nomes do eurodeputado Paulo Rangel e o vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz - antigos candidatos à liderança do partido - como vice-presidentes. Margarida Balseiro Lopes, António Leitão Amaro, Paulo Cunha e Inês Ramalho completam a lista.

Uma das surpresas é a escolha da antiga ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, para o Conselho Nacional, que voltará assim - com a esperada aprovação da lista - a desempenhar cargos no partido. Este órgão do partido será liderado por Carlos Moedas, autarca de Lisboa. Neste órgão sentar-se-ão também Teresa Morais, Luís Menezes, Pedro Calado e Pedro Nascimento Cabral.

Jorge Moreira da Silva, que disputou a liderança do PSD com Luís Montenegro, revelou ter sido convidado pelo líder para “várias funções”, mas recusou porque gosta de “coisas claras”, concretizando que não fará oposição interna porque não é um "líder de fação".

Já o braço-direito de Montenegro, Hugo Soares, será o secretário-geral do partido, sucedendo a José Silvano.  Pedro Duarte, antigo líder da Juventude Social Democrata, ficará à frente do Conselho Estratégico Nacional, e Pedro Reis, economista e exp-presidente da AICEP, encabeçará o Movimento Acreditar, com ambos a ajudar a delinear as propostas e programas eleitorais do partido.

O madeirense Miguel Albuquerque é a escolha para presidente da mesa do Congresso, tendo José Manuel Bolieiro e João Manuel Esteves como vices. Para o Conselho de Jurisdição Nacional, a escolha é José Matos Correia.

Mensagem de união

“Vamos enviar a Portugal um sinal de que o PSD está forte, unido, coeso, pronto para se entregar ao serviço de Portugal”, afirmou no 40º Congresso do partido, que decorre no Porto. Antes disso, o sucessor de Rio Rio dizia ter uma “nova geração de pessoas capazes de estar à altura” do legado dos fundadores do PSD.

Aos congressistas, Montenegro mostrou abertura para outras listas que possam chegar para os órgãos do partido. “Obviamente sabem em quem é que eu vou votar. E que desejo que estas lists tenham um apoio significativo do Congresso”, afirmou.

O Congresso aprovou depoism, sem votos contra e duas abstenções, a moção estratégia global “Acreditar”, apresentada por Montenegro, onde o presidente eleito do PSD promete não descaracterizar o partido ou ultrapassar “linhas nucleares”, mas avisando que não será “cúmplice da perpetuação do PS no poder”.

"Para o que der e vier" e críticas a Rio

Considerando o PSD “o único partido capaz de unir o país”, Carlos Moedas - a primeira escolha para o Conselho Nacional - garantiu estar com Montenegro “para o que der e vier”. “Estou contigo porque tens a fibra de um líder, a tua calma e capacidade de criar pontes, capacidade de ouvir são únicas”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, merecendo o aplauso do Congresso. Houve ainda tempo para um recado para os socialistas: “Há 8 meses ganhei a Câmara Municipal de Lisboa, mas o PS ainda não acredita”.

À entrada do Congresso, Paulo Rangel não quis revelar se integraria alguma lista. Foi depois confirmado como um dos vice-presidentes de Montenegro. O eurodeputado insistiu numa mensagem de “unidade e mobilização do partido”, atacando antes a “total desorganização e desautorização” no Governo. “Paulo Rangel está ao lado de Luís Montenegro e não tem dúvidas sobre isso”, assegurou. Quanto a discursar no palco do Congresso, ainda não sabe se vai fazê-lo, por estar com a voz “fraca”.

Um dos discursos mais mobilizadores deste sábado coube a Miguel Pinto Luz, que será também um dos vices de Montenegro. O autarca em Cascais, embora sem mencionar o presidente cessante, foi pródigo em críticas à liderança de Rui Rio e às divisões internas que este promoveu. “O problema do PSD foi querer acabar com essa diversidade, acreditar num pensamento único e ativamente numa pureza ideológica”, atirou. Para Pinto Luz, um líder que não é capaz de “aprender com os erros”, “não é capaz de mobilizar o país”.

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