Portimonense-Casa Pia, 2-2 (crónica)

Pedro Lemos , Portimão Estádio
14 abr, 19:59
Portimonense-Casa Pia (Foto: Luís Forra/Lusa)

Nem choros, nem euforias

É uma das magias das jornadas finais de qualquer campeonato: à medida que vamos caminhando para o encerramento da competição, um jogo que à partida podia gerar pouco interesse, torna-se num cartaz apetecível.

Convenhamos: um Portimonense – Casa Pia não seria o mais atrativo dos jogos, mas vamos ao contexto da partida de hoje que acabou empatada a dois.

A jogar em casa, os algarvios vinham de uma vitória moralizadora no terreno do Chaves e já sabiam de antemão os resultados dos mais diretos adversários na luta pela manutenção.

Estrela da Amadora e Gil Vicente tinham perdido pontos e uma vitória do Portimonense tiraria a equipa de Paulo Sérgio do lugar de play-off. É precisa maior motivação?

Já o Casa Pia, apesar de mais confortável na tabela, também sabia que uma vitória em Portimão era crucial para garantir, o mais cedo possível, a permanência.

Foram os da casa a entrar melhor. Com duas alterações face ao último 11 (saídas de Guga e Rodrigo Martins para entradas de Formiga e Berto), os comandados de Paulo Sérgio mostraram, na primeira meia hora, um futebol que raramente se viu esta época.

Embalado pelas boas exibições de Formiga, Tamble e Carlinhos, o Portimonense chegou a uma confortável vantagem de dois golos.

O primeiro foi apontado por Tamble, ponta de lança que os algarvios foram recrutar ao Felgueiras da Liga 3 (ainda se lembra da história de Beto, hoje a jogar no Everton?).

Carlinhos cruzou e, de cabeça, o ponta de lança estreou-se a marcar na I Liga.

Ainda estavam jogados apenas 8 minutos e já o Portimonense se via em vantagem que haveria de dilatar aos 26.

Outra vez Carlinhos, na sequência de um livre, cruzou largo para um Alemão que apareceu livre de marcação – e que contou com a ajuda de Ricardo Batista que saiu mal ao cruzamento.

Pouco Casa Pia se tinha visto no Algarve, até aparecer em jogo Soma. O japonês comandou a resposta dos gansos que empataram, aos 35 minutos, precisamente por intermédio do extremo nipónico. 

Formiga ficou mal na fotografia, permitiu que Soma o ultrapasse sem dificuldade e o japonês rematou com força para o fundo das redes. A bola ainda desviou em Pedrão, mas o golo foi atribuído mesmo a Soma.

A segunda parte prometia. Teria o Portimonense capacidade para voltar a dominar o jogo? Ou seria o Casa Pia a tomar conta das rédeas depois de um final de primeira parte em que esteve melhor?

Na verdade, nem uma coisa, nem outra.

O segundo tempo foi equilibrado, ainda que com um ligeiro ascendente do Casa Pia. A equipa de Gonçalo Santos chegou ao empate ainda numa fase inicial.

Aos 59 minutos, Zolotic, na recarga após um cabeceamento defendido por Ricardo Batista, marcou o segundo golo dos gansos.

A incerteza pairou ainda mais num jogo que já se sentia que podia pender para qualquer lado.

Os visitantes pareceram querer mais e tiveram mesmo a grande chance para marcar, com um remate ao poste de Soma (um dos melhores em campo).

Os algarvios deixaram escapar uma vantagem de dois golos e a hipótese de fugir ao lugar de play-off. Já o Casa Pia tem 32 pontos, está mais confortável, mas longe de ter a manutenção assegurada.

Para a semana, a magia dos últimos jogos do campeonato está de volta para ambas as equipas.

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