As perdas e ganhos numa corrida que volta a ser a três

4 jan 2016, 10:21
Jesus, Lopetegui e Vitória

A propósito das palavras de Jesus sobre Lopetegui - e não só... - o ponto de situação sobre as primeiras 15 jornadas

Mais equilibrado na frente, com mais golos marcados e com mais 91 mil espectadores nas bancadas
do que há um ano por esta altura. É com estes sinais animadores que o campeonato português entra em 2016, após uma 15ª jornada a ditar nova troca de líder, com o Sporting a recuperar o comando a solo que ocupava desde a 8ª ronda e tinha perdido na viragem de 2015. Mas, dado que a diferença entre o primeiro e terceiro está fixada, nesta altura, em quatro pontos – e eram nove há um ano – volta a ser legítimo falar-se em corrida a três, depois de o Benfica ter chegado a dar a impressão de ter a ficha desligada.

No jogo das comparações, estimulado pelas declarações
de Jorge Jesus em defesa de Lopetegui – e não só… -  é fácil detetar tendências: um Sporting muito melhor do que há um ano, um FC Porto com melhoria ligeira – e insuficiente - e um Benfica claramente abaixo – mas, ainda assim, não tanto como Jesus deixou a entender.

Classificação à 15ª jornada

(entre parêntesis a comparação com a 15ª jornada do ano passado)

Sporting, 38 (+8)
FC Porto, 36 (+2)
Benfica, 34 (-6)
Sp. Braga, 26 (-2)
V. Setúbal, 22 (+8)
P. Ferreira, 22 (=)
Rio Ave, 21 (-2)
Arouca, 20 (+8)
V. Guimarães, 19 (-12)
Marítimo, 18 (-1)
Moreirense, 17 (-3)
Estoril, 17 (-1)
Belenenses, 17 (-6)
Nacional, 16 (+4)
U. Madeira, 14 (estava na II Liga)

Académica, 13 (+2)
Boavista, 10 (-6)
Tondela, 8 (estava na II Liga)


Todas as estatísticas da Liga


Com mais oito pontos, e no comando isolado, quando há um ano era quarto a dez pontos do líder, o leão sai a ganhar em quase todas as frentes. Só perde nos golos marcados (menos três do que há um ano), mas até isso compensa no saldo global, com a melhor defesa da Liga e menos cinco sofridos. Se a comparação for feita adversário a adversário (equiparando os recém-promovidos às equipas que desceram no ano passado) o lucro leonino cifra-se em cinco pontos. O balanço é suficientemente impressionante para relegar para segundo plano o facto de dois objetivos da época - a ida à Champions e a Taça de Portugal - já terem ficado pelo caminho.

Quanto ao FC Porto, tanto Jesus como Lopetegui recordaram que, no essencial, o dragão está um pouco melhor do que há um ano – soma mais dois pontos e, principalmente, está mais perto da frente, a apenas dois pontos, contra seis na 15ª jornada de 2015. A comparação, porém, é feita com um ano sem qualquer troféu conquistado. E os sinais de instabilidade, a eliminação na Champions e o desaire na Taça da Liga, tal como um registo pior nos golos marcados e sofridos, desvalorizam ainda mais esse dado, como se viu pela reação dos adeptos
após a primeira derrota no campeonato. Tal como com o Sporting, se a comparação de resultados for feita adversário a adversário, o FC Porto diminui o lucro – soma mais um ponto do que nos mesmos jogos da época passada.

Quanto ao Benfica, a quebra é clara, embora nunca tenha chegado aos «oito ou nove pontos» insinuados por Jorge Jesus depois do clássico de sábado. Na comparação com a época passada, o atraso dos homens de Rui Vitória cifra-se em seis pontos, e já vem, sem alterações, desde a sétima jornada. Se a comparação for feita adversário a adversário, o défice é de quatro pontos. E é aqui que a situação fica pior para os encarnados, já que esses pontos são perdidos nos confrontos diretos com os rivais: derrota no Dragão, onde tinha vencido há um ano, e derrota em casa diante do Sporting, com quem tinha empatado. Se a isto juntarmos exibições pouco convincentes e mais dois desaires com os leões, na Supertaça e na Taça, é fácil perceber por que razão o atraso encarnado parece maior do que é.

Quim Machado e Lito Vidigal em destaque


Luta pelo título à parte, as notas de maior destaque nesta comparação vão para a queda abrupta do V. Guimarães, que parece ter acusado o fim do ciclo Rui Vitória, caindo seis posições, com menos 12 pontos do que há um ano. No polo oposto, o destaque maior vai para as subidas em flecha de V. Setúbal (mais oito pontos e oito lugares acima na tabela) e Arouca (oito pontos e sete posições), dados que valorizam muito os trabalhos de Quim Machado e Lito Vidigal.



Se nos recordarmos que o atual técnico dos sadinos foi quem conduziu o Tondela à inédita subida de divisão e que, com Lito Vidigal no comando, o Belenenses tinha há um ano mais seis pontos do que agora, estão encontrados os mais fortes candidatos a acompanhar Jorge Jesus nas nomeações para a categoria de MVC – Most Valuable Coach
– das primeiras 15 jornadas da Liga. Nesta quarta-feira, dois deles estarão frente a frente no V. Setúbal-Sporting...

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