“2024 é um ano perigoso”. Mais de 150 personalidades pedem à esquerda “contas certas de medidas urgentes”

Agência Lusa , AM
17 jan, 07:28
Covid-19 em Portugal

Preocupados com as guerras, as regressões em direitos humanos fundamentais, a ascensão da extrema-direita em vários pontos do globo ou as alterações climáticas, os signatários deste texto apontam às eleições legislativas nacionais de 10 de março “a exigência de um novo impulso para que Portugal seja um pilar da luta contra a desesperança”

Mais de 150 personalidades de diferentes áreas lançaram um apelo aos partidos de esquerda para, nas próximas legislativas, apresentarem propostas e compromissos para “resolver problemas que atormentam o país”, pedindo “as contas certas de medidas urgentes”.

O apelo intitulado “Queremos ver as contas certas de medidas urgentes”, a que a agência Lusa teve acesso, é encabeçado por Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, e pelo jurista Eduardo Paz Ferreira, a quem se juntaram ex-governantes, escritores, músicos, jornalistas, editores, médicos, arquitetos, sindicalistas ou personalidades do mundo académico.

Avisando que “2024 é um ano perigoso” e preocupados com as guerras, as regressões em direitos humanos fundamentais, a ascensão da extrema-direita em vários pontos do globo ou as alterações climáticas, os signatários deste texto apontam às eleições legislativas nacionais de 10 de março “a exigência de um novo impulso para que Portugal seja um pilar da luta contra a desesperança”.

“Apelamos aos partidos de esquerda para que apresentem as suas propostas e divulguem os compromissos que estão dispostos a fazer para resolver problemas que atormentam o país”, pedem.

Entre estes problemas para as quais querem respostas está a precariedade, a corrupção, a degradação de serviços públicos, a pobreza dos idosos e crianças, a educação, a saúde, a justiça, a educação, as desigualdades entre homens e mulheres, a discriminação das minorias étnicas, a liberdade da comunicação social e a criação cultural.

Mas os signatários deste apelo vão mais longe e não querem só promessas, mas que sejam conhecidos os mecanismos de controlo para que “seja permitido controlar a execução desses mesmos compromissos”.

“Queremos contas certas de prazos e objetivos desses compromissos, pois sabemos que a democracia não é um jogo político que se faz depois das eleições”, desafiam, considerando que “a democracia é a decisão informada e exigente nas eleições” e só desta forma se pode “vencer as ameaças deste tempo perigoso”.

O objetivo destas mais de 150 personalidades é que no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, seja criada a confiança “numa democracia dedicada a criar igualdade e qualidade na saúde e na educação, transparência na vida pública e uma estratégia económica e social inclusiva em que as pessoas não sejam apenas números”.

Entre os signatários estão nomes como a antiga eurodeputada do PS e ex-candidata presidencial Ana Gomes, os antigos ministros socialistas João Cravinho e Paulo Pedroso, a ex-líder do BE Catarina Martins ou os ex-deputados bloquistas Fernando Rosas e José Manuel Pureza.

Da lista de antigos governantes fazem ainda parte Francisco Ramos, Carlos Lobo, Fernando Gomes da Silva, Rosa Monteiro ou Ana Benavente.

Os antigos diretores-gerais da Saúde Francisco George e Constantino Sakellarides, os médicos João Goulão e Júlio Machado Vaz ou quase duas dezenas de presidentes de sindicatos e coordenadores de comissões de trabalhadores integram ainda esta lista.

O arquiteto Álvaro Siza Vieira, os escritores José Luís Peixoto e Jacinto Lucas Pires ou os músicos Sérgio Godinho e Vitorino são outros dos signatários.

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