Sevilha foi sempre igual, Beto respondeu à variação benfiquista

15 mai 2014, 10:48

Análise da Universidade Lusófona mostra o que se jogou nos 120 minutos e mostra como tudo foi decidido no desempate

Os pontapés da marca de grande penalidade que decidiram a final da Liga Europa desta quarta-feira são a explicação para o vencedor do troféu, mas dão também ainda outra explicação sobre a forma como o Sevilha saiu vencedor.

Os jogadores da equipa espanhola chutaram sempre para o mesmo lado nos quatro pontapés que fizeram – no caso, para a direita de Oblak. Os jogadores do Benfica variaram na marcação e chutaram dois para cada lado de Beto. O guarda-redes português defendeu dois remates e repartiu as duas vezes em que adivinho o lado – ou seja, defendeu um para a sua direita (Cardozo) e outro para a sua esquerda (Rodrigo).



Os números da final da Liga Europa esbarram nos últimos seis (ou oito) remates que decidiram o vencedor, mas não é por isso que deixou de se verificar uma luta disputada de formas diferentes entre Benfica e Sevilha. Até o marcador funcionar houve 120 minutos de jogo. E se a equipa espanhola assentou mais o jogo em ter a bola e não deixar o adversário jogar, os encarnados foram mais perigosos nos ataques.

Posse de bola

1ª parte
Sevilha 54% - Benfica 46%
Final dos 90 minutos
Sevilha 53% - Benfica 47%
Final do prolongamento
Sevilha 51% - Benfica 49%

Ataques perigosos

1ª parte
Sevilha 14 – Benfica 17
Final dos 90 minutos
Sevilha 29 – Benfica 36
Final do prolongamento
Sevilha 38 – Benfica 51

O Sevilha apostou em alongar muito o jogo e teve uma entrada forte na partida a pressionar o Benfica muito em cima da área da equipa portuguesa. E, desta forma, como se pode ver em pormenor na análise do Centro de Estudos do Futebol da Universidade Lusófona para o Maisfutebol
, a equipa de Unai Emery, nunca perdeu uma bola na sua zona mais defensiva do campo – no exemplo de uma atitude que já tinha tido com o FC Porto.



Com mais posse de bola e menos perdas, o Sevilha acabou por criar mais jogo do que o Benfica, mas esses dados não refletem a eficiência em campo. Pelo contrário, a equipa de Jorge Jesus foi bem mais efetiva na produção atacante estando no limiar do dobro dos remates, sobretudo (nos que mais importaram), nos que foram à baliza.

Remates

1ª parte
Sevilha 3 – Benfica 5
Final dos 90 minutos
Sevilha 7 – Benfica 15
Final do prolongamento
Sevilha 10 – Benfica 18

Remates à baliza (defesas do guarda-redes adversário)

1ª parte
Sevilha 1 – Benfica 3
Final dos 90 minutos
Sevilha 4 – Benfica 6
Final do prolongamento
Sevilha 4 – Benfica 7

Numa partida que acabou por ser (bastante) dividida e que até acabou por ser decidida por penáltis, os lances de bola parada em 120 minutos de jogo arriscavam-se a ser decisivos. Como o foram diversas vezes para o Sevilha, mas como também Jesus mostrou ter a lição bem estudada para evitar esta arma de Emery.

O Sevilha não criou situações de perigo neste tipo de lances. E até foi ultrapassado pelo Benfica neste aspeto do jogo.



Num último apontamento a registar o muito equilíbrio que houve em vários aspetos desta final da Liga Europa regista-se que os números de passes de cada equipa estiveram na maior parte do tempo perto uns dos outros – assim como as percentagens de acerto (mais do que também serem semelhantes) foram muito constantes durante os 120 minutos.

E, também assim, quando não era a bola que rolava e eram os jogadores a correr, as distâncias percorridas também se equiparam entre os totais do Sevilha e do Benfica.

Passes (feitos/acertados/percentagem de sucesso)

1ª parte
Sevilha 198/135/68% - Benfica 206/142/69%
Final dos 90 minutos
Sevilha 519/358/69% - Benfica 481/315/65%
Final do prolongamento
Sevilha 670/464/69% - Benfica 660/447/69%

Distância (metros) percorrida pela equipa

1ª parte
Sevilha 55365 – Benfica 55161
Final dos 90 minutos
Sevilha 114800 – Benfica 113632
Final do prolongamento
Sevilha 150859 – Benfica 150662

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