PCP considera que nenhum partido de direita quer combater a corrupção

Agência Lusa
11 fev 2023, 19:48
Paulo Raimundo, PCP (Lusa)

Segundo o secretário-geral do PCP, “este combate eficaz nenhum partido da política de direita está disposto a travar”, pois, acrescentou, “não serve a estes partidos, aos grupos económicos, mas serve aos trabalhadores e ao país”

O secretário-geral do PCP considerou este sábado, na Marinha Grande, que nenhum partido de direita está disponível para travar um combate eficaz à corrupção nem à criminalidade económico-financeira.

“Não é possível combater com eficácia a corrupção e a criminalidade económico-financeira sem considerar as suas causas de fundo, sem confrontar os fundamentos de um sistema económico assente na acumulação capitalista, sem pôr em causa a natureza e o papel dos grupos económicos e financeiros e os critérios da sua atuação”, referiu Paulo Raimundo na sessão de encerramento da XI Assembleia da Organização Regional de Leiria.

Segundo o secretário-geral do PCP, “este combate eficaz nenhum partido da política de direita está disposto a travar”, pois, acrescentou, “não serve a estes partidos, aos grupos económicos, mas serve aos trabalhadores e ao país”.

Paulo Raimundo salientou que não se pode esperar uma “política comprometida com o país e a salvaguarda do interesse público, com a população e com os trabalhadores, da parte de quem usa a política para se servir a si e não os outros”.

“Vejam-se os casos em que os decisores governamentais de hoje serão amanhã os administradores dos grupos económicos que recolhem os benefícios das suas próprias decisões. Como diz o nosso povo, não há almoços grátis”, destacou.

Paulo Raimundo defendeu ainda uma “ política alternativa que aposte na produção nacional e que recupere o controlo público dos setores estratégicos”.

O secretário-geral do PCP voltou a criticar a privatização da TAP. “Persiste-se numa solução que já tanto deitou a perder ao Estado, mas que tanto dá a ganhar aos grupos económicos. Não abdicamos da TAP como empresa pública e de bandeira, uma empresa que precisa de uma gestão de serviço público e não uma gestão a partir de critérios privados, tal como tem sido nos últimos 20 anos em que se encontra em processo de privatização”, afirmou.

Para Paulo Raimundo, são “esses mesmos critérios de gestão tão privada que permitiram estes escândalos de indemnizações que toda a gente agora chora”.

Considerando que “é preciso uma política eficaz que dê condições laborais a todos os trabalhadores”, o líder do PCP defendeu a “revogação da caducidade da contratação coletiva e a reposição imediata do princípio de tratamento mais favorável”.

“Isso sim seria uma agenda de trabalho e uma agenda digna, mas o PS optou por discutir tudo menos o que é central e fundamental e o resultado dessa opção aí está. A sua dita agenda de trabalho digno mantém a indignidade de todas as normas gravosas do Código do Trabalho. Os trabalhadores continuam a perder e o patronato agradece”, frisou.

Paulo Raimundo alertou ainda que a “resposta aos problemas do país exige um governo que assuma o compromisso de uma política patriótica e de esquerda” e “tudo dependerá da força que derem ao PCP, da força organizada e da luta dos trabalhadores e do povo”.

“É com essa força que vamos construir alternativa política, é com essa força que iremos responder aos problemas”, pelo que apelou ao reforço do partido.

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