PAN recusa solução a prazo ou "penso rápido" para resolver crise na Madeira

Agência Lusa , PP
27 jan, 18:35
Inês de Sousa Real (Lusa/António Cotrim)

Inês Sousa Real lembrou que o PAN foi um “tampão à extrema-direita” nas últimas eleições regionais da Madeira, apresentando-se como uma “força política extremamente útil”

A porta-voz da PAN defendeu hoje uma solução de estabilidade na Madeira e recusou uma "solução a prazo", dizendo que, nessa situação, o partido "seria o primeiro a pôr fim ao acordo” para viabilizar o Governo com PSD e CDS.

"Uma solução de penso rápido não servirá para o PAN", declarou Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas à margem da manifestação pelo direito à habitação, em Lisboa.

Miguel Albuquerque demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes. O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial em 24 de janeiro.

Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que tem garantido maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.

Acerca da crise na Madeira, Inês Sousa Real garantiu que o PAN "está disponível para garantir a estabilidade governativa", impondo como condição a renúncia do ainda Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), por forma a garantir a "confiança dos cidadãos na política".

“O PAN está disponível para garantir a estabilidade governativa na Madeira, para pôr em cima da mesa, mais uma vez, as causas e os valores que representa e para continuar a bater-se por esses avanços na região, mas evidentemente com outra cara e liderança no Governo regional”.

Inês Sousa Real lembrou que o PAN foi um “tampão à extrema-direita” nas últimas eleições regionais da Madeira, apresentando-se como uma “força política extremamente útil”.

Vincou que, de momento, o PAN já deixou "muito claro que não está disponível para manter e continuar o acordo de incidência parlamentar caso Miguel Albuquerque não renuncie efetivamente ao lugar" de presidente do Governo Regional da Madeira.

Inês Sousa Real anunciou que a crise na Madeira será ainda hoje analisada pela Comissão Política Nacional do PAN, depois de já o ter sido pela estrutura do partido a nível regional.

Também à margem da manifestação pela habitação, em Lisboa, o secretário-geral do PCP insistiu nas eleições antecipadas como saída para a crise na Madeira após a saída de Miguel Albuquerque de presidente do Governo regional madeirense.

Perante a “situação que está criada”, a “alternativa é ir para eleições antecipadas, é procurar uma maioria, uma maioria nova que resolva este problema de vez”, disse Paulo Raimundo aos jornalistas.

E “o problema” é, segundo o líder comunista, o “da promiscuidade, da negociata, da corrupção (…) tudo aquilo que envolve a zona Franca, em particular no caso da Madeira”, não havendo “nada de novo” no processo judicial que levou à demissão de Albuquerque.

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