Salários brutos acima dos 2 mil euros são os mais beneficiados com a descida do IRS

10 out 2023, 22:06
Fernando Medina na apresentação do OE2024 (LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO)

Em todas as simulações, cálculos mostram como rendimentos anuais brutos mais baixos crescem menos do que os maiores rendimentos calculados após a atualização de todos os escalões do IRS em 3% e a redução da taxa até ao 5.º escalão


Os salários brutos acima dos 2 mil euros são aqueles que mais beneficiam com a descida do IRS, proposta pelo Orçamento do Estado para 2024, segundo simulações feitas para a CNN Portugal pela Deloitte para vários cenários.

Por outro lado, são os rendimentos que se posicionam nos extremos das simulações que menos devem sentir o impacto das medidas apresentadas esta terça-feira por Fernando Medina. Tanto quem aufere 28 mil euros brutos ao ano, como quem recebe 200 mil acabam por ter a mesma variação no rendimento líquido anual.

As simulações consideram apenas a dedução com dependentes, não incluindo a dedução com despesas gerais familiares.

Simulação para um contribuinte solteiro sem dependentes

De acordo com as simulações realizadas pela Deloitte, a variação no rendimento líquido anual de IRS proposta no Orçamento do Estado para 2024 para um solteiro sem dependentes vai beneficiar principalmente quem aufere um rendimento bruto anual entre os 28 mil euros e os 52 mil euros, deixando os níveis de rendimento mais baixos e aqueles no topo da tabela com as menores subidas. 

Dessa forma, as simulações para um rendimento bruto de 14 mil euros dão conta de uma variação no rendimento líquido anual de 1,6% - a mais baixa desta categoria -, correspondente a um aumento de 10.868 euros para 11.045 euros. Já no topo da tabela, para um rendimento bruto de 90 mil euros essa variação é um pouco maior, correspondendo a 1,72% (uma subida de 50.582 euros para 51.453 euros).

Para um rendimento bruto de 21 mil euros essa variação é de 2,85% e para um de 28 mil euros, a variação está posicionada nos 3,34%, correspondendo a um aumento de 19.328 euros para 19.974 euros.

 

Simulação para um contribuinte solteiro com um menor dependente

No caso de um solteiro com um menor dependente com mais de três anos, a tendência é semelhante. Um rendimento bruto anual de 14 mil euros corresponde a uma variação em sede de IRS de 1,52%, correspondendo a um aumento de 177 euros face a 2023. Na mesma linha, as menores variações registam-se nos rendimentos anuais brutos de 79 mil euros (+1,81%) e nos de 90 mil euros (+1,69%).

Em sentido inverso, a maior variação é aquela registada nos rendimentos de 28 mil euros, correspondendo a um aumento de 3,22% de 20.054 euros para 20.700. Já para um rendimento bruto de 39 mil euros essa variação posiciona-se um pouco abaixo, nos 2,83% - o equivalente a um aumento de 25.892 euros para 26.627 euros.

Simulação para um casal sem dependentes

Relativamente à simulação da variação no rendimento líquido anual para um casal sem dependentes, a maior diferença é verificada nos rendimentos de 56 mil euros onde o incremento corresponde a 3.34% - passando dos 38.657 euros para os 39.949 euros. Na mesma linha, um rendimento de 78 mil euros regista uma variação de 2,92% - passando de 50.333 euros para 51.803 líquidos - e um de 104 mil corresponde a uma variação de 2,53%.

É nos extremos das tabelas que se encontram as menores variações com os rendimentos anuais brutos de 28 mil euros a verificarem, em sede de IRS, uma subida de 1,62% - passando de 21.736 euros para 22.089 euros e os de 200 mil, de forma semelhante, a subirem 1.64% (de 109.975 euros para 111.783 euros).

Simulação para um casal com um dependente

Para um casal com um dependente cujo rendimento seja 28 mil euros, a diferença com a proposta do Orçamento do Estado para 2024 é de 1,58%, correspondendo a mais 353 euros do que este ano. Já para um rendimento, nas mesmas condições, de 42 mil euros a variação fica bastante acima (2,80%) passando de 31.202 euros para 32.076 euros. 

É nos rendimentos brutos de 58 mil euros e de 78 mil euros onde se posiciona a maior variação (3,29% e 2,88%, respetivamente), voltando a decrescer naqueles que se posicionam nos 104 mil euros (2,51%), nos 158 mil euros (1,82%) e, por fim, nos 200 mil euros onde a variação volta a ser a segunda menor.

Situação idêntica é também verificada nas simulações feitas para um casal com dois dependentes.
 

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