Morreu o escritor Milan Kundera

12 jul 2023, 10:10
Milan Kundera fotografado em Paris em 1982 (Foto: Francois Lochon/Gamma-Rapho via Getty Images)

O autor de "A Insustentável Leveza do Ser" morreu aos 94 anos. Nascido na Chéquia, Milan Kundera aderiu aos ideais comunistas mas acabou por exilar-se em França depois de ter participado na Primavera de Praga, manifestando-se contra a invasão da União Soviética

O escritor Milan Kundera, autor da célebre obra "A Insustentável Leveza do Ser", morreu aos 94 anos, avançou a emissora estatal da Chéquia, citada pela agência Reuters. A editora francesa Gallimard confirmou entretanto que Kundera morreu na terça-feira, dia 11 de julho. 

Milan Kundera nasceu na cidade de Brno, na então Checoslováquia - atual Chéquia - em 1929, exilando-se em França em 1975, já na condição de dissidente do regime comunista.

Em 1967 publicou o seu primeiro romance, "A Brincadeira", onde reflete a desilusão com o socialismo: comunista entusiasta desde os 18 anos, acabaria por ser excluído do partido em 1970, em consequência da sua participação na Primavera de Praga, em 1968, lembra o jornal francês Le Figaro.

Depois de publicar "O Livro dos Amores Risíveis", em 1971,  "A Vida Não É Aqui", em 1973 e "A Valsa do Adeus", em 1976, Kundera decidiu que não iria voltar a escrever, mas foi persuadido pelos amigos a continuar e incentivado a mudar-se para França, para onde emigrou e acabou por se tornar professor na Universidade de Rennes.

Em 1981, François Mitterrand atribuiu-lhe nacionalidade francesa e o próprio autor passou a referir-se a Paris como a sua "segunda cidade natal".

Foi em 1984 que conheceu o maior sucesso da sua vida literária, com "A Insustentável Leveza do Ser", romance que foi adaptado ao cinema em 1988 por Philippe Kaufman e Jean-Claude Carrière.

Kundera celebrizou-se pelo seu estilo de retratar temas e personagens que oscilam entre a realidade prosaica do quotidiano e o mundo mais elevado das ideias. Continuou a publicar até aos anos 2000, ainda que tivesse deixado de dar entrevistas em 1985, recorda o Figaro.

 

Artes

Mais Artes

Patrocinados