Afinal, pode ser possível contrariar os genes da obesidade. E tudo começa no prato

CNN Portugal , DCT
15 jul 2023, 15:00
Alimentação saudável (Freepik)

O controlo da quantidade e da frequência dos alimentos deve ser rigoroso e mais rotineiro

Já diz a sabedoria popular que a saúde começa no prato e sabe-se agora que o bloqueio da sensação constante de fome também. Mas desengane-se se é com grandes quantidades de comida, pelo contrário.

Um recente estudo levado a cabo por duas universidades britânicas, em Exeter e Bristol, vem revelar que a restrição alimentar pode mesmo ter uma ação nos genes da obesidade e que fazem com que a pessoa tenha com frequência vontade de comer.

Para o estudo foi testada a influência de dois tipos de restrição alimentar - rígida (uma abordagem de dieta do tipo 'tudo ou nada’, como se lê na investigação) e flexível (uma abordagem mais branda e consciente para controlar a ingestão de alimentos) - na chamada fome emocional, aquela que surge de forma descontrolada e que não é gerada organicamente pela falta de alimento e que tem sido associada aos genes da obesidade. E concluiu-se que o aumento de ambos os tipos de contenção alimentar poderá atenuar os efeitos dos genes da obesidade, que é como quem diz, neutralizar a sensação constante de fome.

Na prática, as pessoas com pontuação de risco genético mais alta apresentam, por norma, um índice de massa corporal (IMC) mais alto, devido, por exemplo, ao aumento da desinibição e da fome, causados pelos genes da obesidade. Este estudo veio mostrar que as pessoas com altos níveis de restrição alimentar reduziram esses efeitos em quase metade para desinibição e para um terço para a fome, o que, por consequência, poderá ainda melhorar o índice de massa corporal (IMC) em pessoas geneticamente em risco de desenvolver obesidade.

Embora a restrição flexível também tenha apresentado efeitos positivos, o estudo mostra que o controlo da quantidade e da frequência dos alimentos deve ser rigoroso e mais rotineiro, não tanto um ‘tudo ou nada’, que muitas vezes leva a excessos.

Para a investigação, foram analisadas 3.780 pessoas com idades entre os 22 e os 92 anos de duas coortes do Reino Unido, a Genetics of Appetite Study e o Avon Longitudinal Study of Parents and Children. Foram analisados fatores como padrão alimentar, estilo de vida e peso corporal. Foi ainda feita uma análise a uma amostra de ADN de cada um dos participantes, que teve de responder a um questionário que tinha como objetivo medir 13 comportamentos alimentares.

O estudo britânico foi publicado na revista International Journal of Epidemiology.

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