Alcochete com Humberto Delgado é a melhor opção para o novo aeroporto. Montijo e Santarém considerados inviáveis

ECO - Parceiro CNN Portugal , António Costa, André Veríssimo e Salomé Pinto
5 dez 2023, 16:43
O primeiro-ministo António Costa, acompanhado pela Coordenadora Geral da Comissão Técnica Independente (CTI), Maria do Rosário Partidário (Lusa/ António Pedro Santos)

Comissão Técnica Independente estima que construção da primeira pista em Alcochete demore sete anos e custe oito mil milhões

O relatório da Comissão Técnica Independente para o aumento da capacidade aeroportuária na região de Lisboa recomenda uma solução dual para o novo aeroporto de Lisboa, com a construção de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e a manutenção do Humberto Delgado (AHD), até pode ser desativado. Tempo estimado para a primeira pista é de sete anos. Montijo e Santarém são considerados inviáveis.

“A nossa recomendação é que se inicie com um modelo dual. É inevitável, porque o AHD só pode fechar quando houver uma pista com capacidade de o substituir e isso vai levar algum tempo”, justificou Rosário Partidário, coordenadora geral da Comissão Técnica Independente (CTI).

O novo aeroporto deve ser “desejavelmente no local onde possa ser aeroporto único, onde haja capacidade de expansão”. “Este tipo de estratégia é a que mais favorece o desenvolvimento de um hub intercontinental”, acrescenta.

O Campo de Tiro de Alcochete, combinado com o Humberto Delgado, é a solução “que apresenta mais vantagens”, afirmou Rosário Partidário. Esta combinação surge como a melhor classificada ou a segunda melhor nos cinco fatores críticos de decisão considerados. A melhor alternativa a Alcochete alternativa seria uma combinação entre Vendas Novas e o Humberto Delgado, mas a distância é maior.

Já o Montijo e Santarém são considerados inviáveis, o primeiro pela incapacidade de expansão para lá de uma pista e o segundo devido ao conflito com o tráfego aéreo militar.

O tempo estimado para a construção do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete é de sete anos, mais um do que no Montijo, com um custo de oito milhões de euros.

O Relatório de Análise Estratégica e Multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa está a ser apresentado esta terça-feira à tarde pela Comissão Técnica Independente responsável pela Avaliação Ambiental Estratégica (AAE).

A CTI considera que a solução ideal é uma infraestrutura dual. A opção que juntava Rio Frio e Poceirão não chegou a ser avaliada, por questões ambientais.

Na apresentação feita esta tarde, “A Comissão Técnica Independente é independente. Sempre foi”, garantiu Rosário Partidário. “Não está sujeita hierarquicamente ao Governo e e não tem preferências profissionais ou individuais em relação a qualquer uma das estratégias”, garantiu

A Avaliação Ambiental Estratégica foi lançada no ano passado pelo Governo, num acordo com o PSD, para servir de base à decisão política sobre o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, onde a única infraestrutura está já sobrelotada.

Foram selecionadas para análise nove opções estratégicas em sete localizações: Portela + Montijo, Montijo + Portela, Campo de Tiro de Alcochete, Portela + Campo de Tiro de Alcochete, Santarém, Portela + Santarém, Vendas Novas, Portela + Vendas Novas e Rio Frio + Poceirão. Rorsário Partidário esclareceu esta terça-feira que esta última opção acabou por não ser avaliada, por “não ter condições ambientais”.

Para a análise das várias opções foram considerados cinco fatores críticos de avaliação: segurança aeronáutica; acessibilidade e território; saúde humana e viabilidade ambiental; conectividade e desenvolvimento económico; investimento público e modelo de financiamento. Cada um daqueles fatores inclui vários critérios, num total de 24, avaliados à luz de uma bateria de 88 indicadores.

Com a demissão de António Costa, a decisão política passa para o Executivo que sair das eleições antecipadas de 10 de março. O desejo de conciliar uma decisão entre PS e PSD mantém-se.

O relatório que será apresentado esta quarta-feira ainda é preliminar. Após a realização da conferência no LNEC, o relatório será disponibilizado para consulta pública durante 30 dias úteis. Só depois será elaborado o relatório final, concluindo os trabalhos da CTI.

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